sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer o CP-500?


Em tempos de bons programas, equipamentos de qualidade e preços relativamente baixos, comprar um computador no Brasil tornou-se tão fácil quanto adquirir uma mesa ou trocar de sofá: basta ir à loja, pagar e levar – ou, na falta de grana, fazer um simples financiamento. E nem precisa andar muito para encontrar uma máquina com 2 ou 4 gigas , suficientes tanto para guardar um bom quantitativo de arquivos como para navegar na Internet.
Mas nem sempre foi assim: até o início da década de 1990, as opções no mercado eram poucas e o preço elevado – frutos de uma política federal de isolamento tecnológico, cujo objetivo (não alcançado) foi o de estimular o desenvolvimento no setor por parte da indústria nacional. Neste período, o objeto de desejo de 11 em cada 10 jovens brasileiros ligados em informática era o CP-500.
Produzido pela Prológica de 1982 a 1987, o CP-500 era compatível com o primo norte-americano THS-80 III. Possuía monitor de fósforo de 12” integrado ao corpo da máquina, memória de vídeo de 1KiB, duas unidades externas de disquete, porta de expansão traseira e gravador cassete compatível com o RQ2222M, da National (relembrado na última seção Retrato Em Branco & Preto). Durante sua evolução, passou para CP-500 M/80 (1985), CP-500 M/80C (1986) e CP-500 Turbo (1987, o último da linha). O CP-500 podia ser usado também na Rencap, a primeira rede de transmissão de dados do Brasil, criada pela Embratel nos anos 80 a partir do uso do primitivo Cirandão.
Pode parecer muito pouco diante dos hábitos cibernéticos comuns dos dias de hoje, porém naquela época ter um CP-500 era um luxo reservado a poucos!

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