domingo, 18 de março de 2012

Tudo o que é bom...


...dura o que tem que durar. E não será diferente com o blog Ou será que não? Durante três anos, buscamos levar aos 75.435 internautas que nos visitaram (até o presente post) informações variadas e temas relevantes, dosadas com pertinente bom humor. O Homem do Canadá partirá agora para novos projetos e desafios, galgando os patamares advindos com o porvir. Agradecemos a todos os seguidores e amigos do blog a fiel dedicação que nos reservaram ao longo do tempo. Após quase mil postagens, terminamos como começamos: estampando a primeira imagem usada no perfil do blog. Grandes conquistas nos esperam.
Abraço fraterno a todos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Seção Cult: “Coração Satânico”


Se você tem medo de bruxarias, cultos de vodu e sacrifícios de galinhas – ou ainda, é do tipo que não pode ver sangue -, então “Coração Satânico” (Angel Heart) não será o filme da sua vida. Mas se é expectador que não dispensa uma boa dose de suspense e situações sinistras, então não pode deixar de assistir a esta clássica película.
Produzido em 1987 e estrelado por Mickey Rourke no auge de sua forma física e vigor cênico, “Coração Satânico” mostra a bizarra investigação do detetive Harry Angel (Rourke) em sua busca pelo paradeiro do cantor de jazz Jonny Favorite. Contratado por um sujeito fleumático e misterioso (interpretado por Robert DeNiro), Harry Angel se descobre cada vez mais envolvido por uma teia de situações mal explicadas que, entre rituais de magia negra, testemunhas evasivas e sortilégios macabros, encurrala-o gradativamente na medida em que o verdadeiro paradeiro do crooner desaparecido se aproxima da revelação.
Baseado no romance “Falling Angel”, de Willian Hjortsberg, “Coração Satânico” foi dirigido por Alan Parker – que atualmente anda meio sumido dos tapetes vermelhos hollywoodianos, mas que, entre as décadas de 1970 e 1980, se notabilizou pela direção de bons filmes que nunca se assemelhavam uns aos outros. Disponível em DVD no Brasil, o único ponto fraco do disco está na versão desnecessariamente redublada – as vozes da dublagem original para a TV eram bem mais adequadas às personagens. No mais, nada que uma boa legenda não resolva: “Coração Satânico” será sempre um grande filme, independente da versão ou do formato disponíveis.

(Publicado em 07/05/2011)

Seção Cult: “Perry Rhodan”


Para os apreciadores de ficção científica, “Perry Rhodan” é sinônimo de aventuras interplanetárias, universos paralelos e viagens no tempo. Mas pode ser interessante também aos leitores que não cultivam o hábito de enveredar pelo gênero - muito pela grande variedade de temas e enredos existentes ao longo dos 50 anos em que “Perry Rhodan” foi publicado.
Lançado na Alemanha em 1961 como um periódico semanal no formato livro de bolso, “Perry Rhodan” foi criado por K. H. Scheer e Clarck Darlton, que logo passaram a dividir as futurísticas histórias do astronauta com uma equipe alternada de escritores – daí a longevidade desta série literária, que ultrapassou a marca dos 2.500 exemplares. Possui uma narrativa dividida em ciclos, cada qual explicando alguma era dentro da cronologia da série e podendo se estender de 200 a 800 números. São eles:
•Via Láctea (do nº 1 ao nº 199)
•Galáxias Alienígenas (do n º200 ao nº 399)
•Desintegração do Império (do nº 400 ao nº 699)
•Superinteligências (do nº 700 ao nº 999)
•Código Moral (do nº 1000 ao nº 1399)
•Ativadores Celulares (do nº 1400 ao nº 1599)
•O Grande Enigma Cósmico (do nº 1600 ao nº 1799)
•Thoregon (do nº 1800 ao nº 2599)
No Brasil, “Perry Rhodan” foi publicado de 1975 a 1991 pela editora Ediouro, que lançou os episódios nº 1 a nº 536. Voltou a ser produzido 10 anos depois pela SSPG a partir do nº 650, porém a editora suspendeu a publicação em janeiro de 2007 após o lançamento do volume duplo números 846/847, deixando órfãos os fãs brasileiros da série. Mas é possível fazer o download dos exemplares de “Perry Rhodan”: o 4Shared (http://www.4shared.com/) é uma das melhores opções, já que o site permite ao internauta baixar vários episódios de uma só vez. Viaje pelas emoções intergalácticas de “Perry Rhodan” e tenha uma boa leitura!

(Publicado em 10/06/2011)

Seção Cult: “Simply Red – Life” (1995)


O Simply Red acabou em dezembro de 2010 após uma década de muita atividade nos palcos e pouca criatividade nos discos – à exceção de “Stay” (2007), que agradou tanto o público quanto a crítica. Mas houve um tempo em que adquirir algum dos LP’s ou CD’s da banda era garantia de levar um produto de inquestionável qualidade para casa – sorte de quem hoje está na faixa dos 30 aos 45 anos de idade e pôde apreciar o que o Simply Red tinha de melhor a oferecer ao mundo no exato instante em que isso acontecia.
E foi nesse período de extrema fertilidade artística e maturidade musical que a banda inglesa lançou um de seus melhores trabalhos, “Life” (1995). Conhecido pela alternância de músicos ao longo de seus 26 anos de existência , o Simply Red era então formado pelo genial Mick Hucknall (vocal e letras), Fritz McIntyre (teclado e backing vocal), Ian Kirkham (saxofone e teclados) e pelo guitarrista brasileiro Heitor T.P. “Life” contou ainda com a participação de vários artistas convidados, do calibre de Sly Dunbar, Robbie Shakespeare e Bootsy Collins, entre outras feras. Essa turma reunida só poderia produzir verdadeiras pérolas como “You Make Me Believe”, “Never Never Love”, “So Many People”, “Remebering The First Time”, “So Beautiful” e, claro, a fulminante e quase experimental “Fairgroud” (que alcançou o topo das paradas no Reino Unido), maravilhas que desfilam entre as 10 canções de um disco cuja excelência vai de ponta à ponta.
Ao menos em parte, é possível que as qualidades de “Life” tenham sido encobertas pelo eco persistente de “Stars” (1991): lançado quatro anos antes, é ainda considerado pela maioria dos fãs como o melhor disco da banda. De fato, a tríade “A New Flame” (1989) – “Stars” (1991) – “Life” (1995) corresponde ao período no qual o Simply Red produziu seus melhores e mais inspirados trabalhos, fazendo uso de uma criatividade que não se repetiria em projetos posteriores, como os mornos “Blue” (1998) e “Love And The Russian Winter” (1999). Além de fechar a tríade, o disco se destaca por sustentar uma linha melódica equilibrada, sem nuances de desnecessária ousadia, desenvolvendo sua perfeita musicalidade em consonância com a voz cristalina e primorosa de Mick Hucknall. Assim como os dois discos que o antecederam, “Life” é fundamental em qualquer coleção que se preze: representa não apenas a excelência do Simply Red, mas também uma época em que a música produzida internacionalmente dispunha de grande qualidade – diferente das porcarias que tocam por aí nos dias de hoje.

(Publicado em 04/12/2011)

Seção Cult: “O Monstro Da Lagoa Negra” (1954)


Lembra daquele tempo em que, para assustar as pessoas, os filmes de terror dispensavam banhos de sangue ou cenas de violência gratuita? Se não lembra e se só conhece as películas de horror abarrotadas de clichês e continuações intermináveis dos últimos 25 anos, então está precisando mergulhar um pouco mais nas águas sinistras de um tipo de cinema que se destacava pela criatividade em lugar da crueldade. “O Monstro Da Lagoa Negra” (Creature From The Black Lagoon) é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco mais do chamado “terror psicológico”.
Produzido em 1954 e dirigido por Jack Arnold, tem em seu elenco Richard Carlson, Julie Adams, Richard Denning, Antônio Moreno, Nestor Paiva e Bud Westmore. Notabilizado pelo estereótipo do “filme B”, “O Monstro Da Lagoa Negra” assusta mais pelas situações de suspense criadas ao longo do roteiro do que pela criatura anfíbia que inspira a trama – que, aliás, se passa na Amazônia Brasileira, onde o pesquisador Carl Maia fotografa o que parece ser a nadadeira de um anfíbio tido como extinto – porém, ninguém nota a presença da criatura, que está viva e próxima a eles. Carl viaja para mostrar sua descoberta e obter apoio financeiro e, ao retornar com outros pesquisadores, descobre que dois de seus funcionários que haviam ficado no acampamento estavam mortos. A equipe parte então para a Lagoa Negra, local onde encontra a misteriosa criatura que acreditam tratar-se do elo perdido entre duas espécies, uma aquática e outra terrestre. No entanto, a criatura se mostra muito hostil, atacando sempre que possível os membros da expedição.
No Brasil, “O Monstro Da Lagoa Negra” tornou-se um filme muito raro: há tempos não é exibido por canais pagos e já vai longe a época em que era transmitido por emissoras de sinal aberto. Para piorar, também não se encontra mais disponível nos catálogos oficiais de lançamentos em DVD. Por isso, se tropeçar com algum velho disco nos sebos de cinema da vida, não perca a oportunidade de conferir este que, de tão despretensioso, acabou por se tornar um dos grandes clássicos do terror underground.

(Publicado em 30/09/2011)

Seção Cult: “Vítimas Do Milagre”, Detrito Federal (1987)


O Detrito Federal é uma das mais consagradas bandas nacionais de punk – e também uma das mais antigas, na estrada desde 1983. Entre idas e vindas, muita gente boa já passou pelo Detrito, como Vitor Babu, Pedro Hiena, Paulo Delegado, Milton Medeiros, Simone Peres (mais conhecida como Syang) e, claro, Mila Menezes, Bosco e Paulo César Cascão. A banda também se apresentou ao lado de outros grupos em momentos históricos do nosso punk, como Escola de Escândalos, Elite Sofisticada, Filhos de Mengele e Finis Africae, foi convidada para coletâneas (“Rumores”, de 1985 e “Cult 22”, gravado em 1997) e participou de inúmeros festivais – chegando a aparecer em rede nacional via Rede Globo (programa Mixto Quente, de 1986).
Em meio a diferentes contextos socioeconômicos de cada época e ao troca-troca de integrantes da banda, o Detrito Federal trilhou por diferentes estilos, entre os limites do punk e do new wayve – fato que gerou atritos entre os diferentes integrantes do grupo. No entanto, não há como negar que um dos pontos mais altos do Detrito Federal foi o lançamento do LP “Vítimas Do Milagre” (1987). Produzido pelo ex-Titãs Charles Gavin, o disco continha pérolas como “Se o Tempo Voltasse”, “Adolescência”, “O Vírus do Ipiranga”, “Dependentes do Grito”, “O Último Grito”, “Ta Com Nada”, “Vítimas do Milagre”, entre outras. A capa, inconfundível, pode ser considerada uma das mais ousadas da história do Rock brasileiro, principalmente se levarmos em conta que o álbum chegou às lojas pouco depois do fim do Regime Militar, período em que o Departamento de Censura da Polícia Federal ainda se encontrava em atividade.
Atualmente, o Detrito Federal tem em sua formação Alex Podrão (voz), Bill (Baixo), Nilson Pontes (guitarra) e André Galego (bateria) e lançou, em 2002, o CD “Guerra, Guerrilha e Revolução”. Através de seu perfil no My Space é possível não somente contatar a banda, mas também acompanhar sua agenda de shows, baixar músicas e fazer comentários sobre seus trabalhos mais recentes. E se por acaso você encontrar um raro exemplar de “Vítimas Do Milagre” nos sebos de discos da vida, não pense duas vezes em adquiri-lo: além de todas as suas qualidades, o disco de vinil está se tornando cada vez mais raro – foram vendidas 40 mil cópias na época de seu lançamento. Descubra mais sobre o Detrito Federal visitando o blog:
http://paineldorockbrasil80.blogspot.com/

(Publicado em 06/08/2011)

Seção Cult: “Ação Entre Amigos” (1998)


Ora exacerbados por retóricas inócuas, ora conceituais ou subjetivos em demasia, os filmes nacionais costumam não agradar ao grande público. E não se pode delegar culpa à ausência de qualidade técnica, já que profissionais de elevado gabarito não estão em falta nas principais produtoras tupiniquins. O problema é que, excetuando-se películas de forte apelo popular, boa parte das plateias brasileiras não se mostra muito disposta a acompanhar discussões filosóficas ou utopias políticas inerentes a alguns de nossos filmes, que acabam saltando dos estúdios direto para as prateleiras de DVD's ou para o limbo das grades de programação de alguns canais de TV por assinatura.
Se o prezado visitante é do tipo que dispensa ideologias baratas e não abre mão de uma história de tirar o fôlego, então o filme “Ação Entre Amigos” foi feito para você. Produzido em 1998 e dirigido por Beto Brant, o longa tem em seu elenco principal Leonardo Villar, Zécarlos Machado, Cacá Amaral, Carlos Meceni, Genésio de Barros e Melina Athis. De maneira contundente, mostra o drama vivido por quatro amigos que, no passado, tiveram grande participação em grupos de guerrilha urbana na luta contra o Regime Militar que governava o Brasil no início da década de 1970. Mais de 30 anos depois os quatro se reencontram para, juntos, se vingarem do homem que, durante aquele período, os torturou implacavelmente. O problema é que nem todos concordam com a ideia de vingança, preferindo deixar o passado para trás – o que resulta num conflito de interesses e segredos, capaz de prejudicar a antiga relação de amizade entre eles..
Tenso, ágil e objetivo, “Ação Entre Amigos” não é o tipo de filme para ser visto com a vovó acomodada na poltrona da sala – dependendo, é claro, do que a vovó aprontou há três ou quatro décadas atrás. Destaque para as atuações magistrais de Leonardo Villar e Zécarlos Machado. “Ação Entre Amigos” merece todos as reverências e, por isso, não pode faltar em qualquer boa coleção. Indubitavelmente, figura entre os melhores filmes brasileiros produzidos no final da década de 1990.

(Publicado em 21/12/2011)

sábado, 3 de março de 2012

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Confúcio:

"Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador."

(Publicado em 06/05/2011)

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Dalai Lama:

"Dê a quem você ama asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar."

(Publicado em 19/08/2011)

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Buda:

"Persistir na raiva é como apanhar um pedaço de carvão quente com a intenção de o atirar em alguém: é sempre quem levanta a pedra que se queima."

(Publicado em 28/09/2011)

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Bob Marley:

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida..."

(Publicado em 26/07/2011)

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Fernando Pessoa:

"O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela."

(Publicado em 01/11/2011)

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Mark Twain:

"Há duas ocasiões em que um homem não deve jogar: quando não tem dinheiro e quando tem."

(Publicado em 30/11/2011)

Um Centavo Por Seus Pensamentos...


Por Clarice Lispector:

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."

(Publicado em 06/04/2011)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Seção TV Pra Ti Ver: “MacGyver – Profissão: Perigo”


Nada como um herói criativo para deixar o telespectador feliz! E que tal um herói capaz de interromper um vazamento de ácido usando barras de chocolate ou ainda consertar um radiador furado despejando ovos crus na água fervente? Assim era Angus MacGyver, personagem protagonizado por Richard Dean Anderson na série exibida originalmente pela rede norte-americana ABC, de 1985 a 1992, num total de 139 episódios ao longo de 7 temporadas.
Exageros à parte, “MacGyver – Profissão Perigo” conquistou a simpatia do público nos diversos paises em que foi transmitido. Grande parte de seu sucesso deveu-se aos roteiros criativos e repletos de ação, constantes à maioria dos episódios. Fazendo uso de metodologias mirabolantes e pouco ortodoxas, MacGyver conseguia escapar das mais terríveis e inusitadas encrencas, que poderiam incluir ditadores belicosos, terroristas sanguinários, empresas inescrupulosas ou poluidoras e, principalmente, seu pior inimigo, o indestrutível Murdoc. Quase sempre ao seu lado estava Pete Thornton, do DXS Departamento de Serviços Externos, interpretado pelo saudoso Dana Elcar.
No Brasil, “MacGyver – Profissão Perigo” foi exibido em TV aberta durante muito tempo pela Rede Globo, ganhando uma breve passagem pela TV Bandeirantes no final da década de 1990. Na TV por assinatura trilhou pelo antigo USA Network e é transmitido atualmente pelo TCM. É possível colecionar algumas temporadas do seriado em DVD, pois já existe material disponível no Brasil – mas a série é também pertencente ao grupo dos “seriados esquecidos pelas distribuidoras”. Mesmo incompleto em plagas nacionais, é o tipo de entretenimento que vale o investimento.

(Publicado em 09/06/2011)

Seção TV Pra Ti Ver: “O Santo” (The Saint)


Quando o escritor Leslie Charteris criou a figura de Simon Templar como o detetive de uma série comum de aventura e mistério, não poderia imaginar que o personagem transformar-se-ia num agente secreto cheio de charme e estilo. Produzida no Reino Unido pela ITC e transmitida entre outubro de 1962 e fevereiro de 1969, a série “O Santo” teve ao todo 6 temporadas que somaram 118 episódio de 50 minutos (71 deles em preto & branco e 47 coloridos). Já foi exibida em mais de 60 paises e tornou-se muito popular nos Estados Unidos, onde foi ao ar originalmente pela NBC.
Estrelada por Roger Moore (que, tempos depois, se tornaria um dos mais carismáticos James Bond da famosa cine série “007”), “O Santo” levava ao público as perigosas missões de Simon Templar diante dos mais ardilosos inimigos, de terroristas belicosos a maníacos por tecnologias homicidas. Via de regra, os episódios começavam com alguém se referindo ao “famoso Simon Templar” para, em seguida, surgir um halo de anjo sobre Roger Moore – o ator então olhava para cima ou para a câmera, já acompanhado pela música tema da série. Episódios como “Rota De Fuga”, “O Dobro Em Diamantes” e “Convite Ao Perigo” figuram entre os melhores do seriado.
No Brasil, a série “O Santo” foi exibida na década de 1990 pelo canal fechado Multishow e, em 2006, voltou às telinhas tupiniquins pelo raríssimo Retro Channel (mesmo sendo pago, é uma opção de difícil acesso a grande maioria dos assinantes brasileiros). Quanto à disponibilidade em DVD, melhor os fãs esquecerem, pois até hoje nunca foi lançada – diferente dos Estados Unidos e da Europa, onde há farto material disponível. Tornou-se mais um exemplo do quanto as distribuidoras nacionais se mostram um caso sério, do tipo que nem Simon Templar conseguiria resolver!

(Publicado em 13/07/2011)

Seção TV Pra Ti Ver: “Terra De Gigantes” (Land Of The Giants)


Imagine que você está num voo comercial suborbital e, de repente, sua nave é atingida por um estranho fenômeno que o transporta para um mundo semelhante à Terra, porém habitado por gigantes com mais de 70 metros de altura? Essa é a premissa básica da clássica série “Terra De Gigantes”, exibida originalmente entre setembro de 1968 e março de 1970 pela rede norte-americana ABC. Ao longo de suas duas temporadas, o seriado acumulou 51 episódios de 51 minutos (seria alguma referência à famosa Área 51, do caso Roswell?) e contou em seu elenco principal com Gary Conway (cap. Burton), Don Matheson (Dan Erickson), Don Marshall (Mark Wilson), Deanna Lund (a sensual Valerie), Heather Young (Betty) e Kurt Kasznar (no papel do inescrupuloso Alexander Fitzhugh).
Além de ter que lutar para sobreviver num planeta onde uma aranha se transforma num monstro ou um gato num faminto predador, os tripulantes da nave Spindrift se vêem diante de uma sociedade na qual os gigantes vivem sob um regime totalitário. Um dos principais algozes dos “pequeninos” é o inspetor Kobick, chefe da polícia política do planeta (que aparece apenas em 8 episódios, mas que se destaca na trama em parte pela interpretação brilhante do ator Kevin Hagen). Para amenizar um pouco as coisas, alguns dos gigantes são contrários a este governo ditatorial e ajudam os “pequeninos” – que, não raro, encontram outros terráqueos perdidos no planeta, na maioria vítimas de acidentes semelhantes ao da Spindrift.
Exibida no Brasil pela primeira vez em 1969 na TV Record de São Paulo, “Terra De Gigantes” já teve diversas reprises nos últimos anos, tanto em canais abertos quanto na TV por assinatura. Percebe-se também que a censura do Regime Militar “cochilou” em alguns episódios com temática política evidente (como no caso de “Os Guerrilheiros” e “Lavagem Cerebral”, por exemplo). Por outro lado, o mérito maior vai para os atores que demonstraram grande preparo físico para contracenar em cenários fabulosos, escalando cabos telefônicos, caixotes, calçadas gigantes ou utilizando utensílios imensos na ação entre as personagens. Tudo isso ajudou a tornar o visual da série muito real, bem distante da artificialidade resultante da computação gráfica dos dias atuais. Ainda não foram lançados DVD’s oficiais de “Terra De Gigantes” no Brasil, mas é possível adquirir material paralelo com boa qualidade em alguns sites especializados em séries antigas. Dá para matar saudades também na Rede Brasil, que tem transmitido o seriado semanalmente em sua grade de programação.

(Publicado em 05/08/2011)

Seção TV Pra Ti Ver: “Wings”


“Wings” era um barato! Durante as 8 temporadas que totalizaram 172 episódios, o telespectador se divertiu com as trapalhadas amorosas dos irmãos Joe e Brian Hacket (interpretados por Tim Daily e Steven Weber, respectivamente), pilotos da pequena Sandpiper Air, única empresa de aviação a fazer concorrência à Aeromass - pertencente ao inescrupuloso e desencontrado Roy Biggins (David Schramm) - na disputa pelos vôos entre a pequena ilha de Nantucket e as cidades da costa leste dos Estados Unidos.
Incrementando ainda mais toda a situação, havia personagens impagáveis como a neurótica Hellen Chappel (vivida pela bela Crystal Bernard), proprietária da lanchonete do aeroporto e musicista ocasional, o atarracado mecânico de aviões Lowell (Thomas Harden Church), o romântico e solitário taxista Antônio Scarpacci (Tony Shalhoub), a atrapalhada atendente da Sandpiper Fay (Rebecca Schull), além de Casey Chappel (Amy Yasbeck), irmã de Hellen.
Nos Estados Unidos, o sitcom foi ao ar originalmente pela rede NBC entre abril de 1990 e maio de 1997. Apesar de seu humor leve e de estilo popular, “Wings” foi pouco exibida no Brasil: as primeiras temporadas foram transmitidas dubladas pelo extinto canal pago U.S.A. Network. Porém foi o Sony o único a exibir a série do início ao fim. O sitcom permanece inédito na tv aberta brasileira e DVD’s oficiais até hoje não foram lançados no mercado nacional. Uma pena: se rir é o melhor remédio, seria muito bom se tivéssemos à disposição todas as temporadas de “Wings” - uma excelente opção de entretenimento capaz de levar nosso humor às alturas.

(Publicado em 22/04/2011)

Seção TV Pra Ti Ver: “Contratempos” (Quantum Leap)


A temática das viagens no tempo é uma constante no universo Sci-Fi. Talvez porque desperte no imaginário popular das pessoas a vontade de retornar ao passado para consertar as coisas e não cometer os mesmos erros. É dessa premissa que parte a série “Contratempos” (Quantum Leap), exibida entre março de 1989 e maio de 1993 pela rede norte-americana NBC e que contabilizou 97 episódios ao longo de suas 5 temporadas.
Em “Contratempos”, o Dr. Samuel Beckett (ou simplesmente Sam, interpretado por Scott Bakula) desenvolve um dispositivo de viagem no tempo baseado na teoria do salto quântico, através do qual passa a “saltar” de pessoa em pessoa por diferentes épocas e lugares dos Estados Unidos, ajudando a resolver aquilo que daria errado – e que, não fosse sua interferência, causaria grandes danos às vidas das pessoas e daqueles que as cercam. Para ajudá-lo, o cientista conta com Al Calavicci (vivido por Dean Stockwell), articulador político e principal figura militar envolvida com o projeto Contratempos e que aparece sob a forma de um holograma que somente Sam Beckett pode ver e ouvir. Há ainda o mega computador Ziggy, que passa para a dupla as informações processadas a respeito dos principais envolvidos em cada nova situação. Como consequência do primeiro salto quântico, a memória de Sam Beckett se perde quase totalmente e vai se recuperando aos poucos ao longo da série. O destino em cada salto é incerto e, por isso, Sam Beckett se depara com as situações mais inusitadas, incluindo algumas em que a “transição quântica” o levou para o corpo de uma mulher, para a direção de um carro em alta velocidade ou mesmo para sua própria casa no passado.
No Brasil, “Contratempos” não é exibida por canais abertos há muitos anos. Porém, na TV fechada, foi transmitida na íntegra pelo extinto canal USA Network e, mais recentemente e apenas em parte, pelo Sci-Fi Channel. Quanto aos DVD's do seriado, os brasileiros também não estão com sorte: a Universal lançou apenas a 1ª temporada e já avisou que não pretende investir nas demais: se depender da distribuidora, os fãs que conservem suas gravações caseiras em VHS. Destaque para a belíssima trilha sonora assinada pelo genial Mike Post, o mesmo do sucesso “Believe It Or Not”, tema da série “O Novo Superherói Americano”. Desde o ano passado, tem-se ventilado na imprensa especializada e na internet a possibilidade de ser feito um filme baseado na série, possivelmente estrelado por seu elenco original: é dar tempo ao tempo, torcer para que não haja nenhum contratempo e pagar para ver. Com certeza, valerá a pena.

(Publicado em 14/10/2011)

Seção TV Pra Ti Ver: “Alfred Hitchcock – Suspense”


Quando o assunto é Alfred Hitchcock, a maioria das pessoas associa o mestre do suspense a filmes como “Disque M Para Matar”, “Psicose” ou “Intriga Internacional”. Todavia, nunca é demais lembrar que Hitchcock, direta ou indiretamente, teve uma longa e produtiva passagem pela TV - prova disso foi o seriado “Alfred Hitchcock – Suspense” (Alfred Hitchcock Presents). Exibido alternadamente pelas redes norte-americanas CBS e NBC, “Suspense” teve, entre 1955 e 1962, sete temporadas com episódios de 25 minutos e, entre 1963 e 1965, 3 temporadas com histórias de 50 minutos – uma longa duração, mesmo para os padrões da época.
Apresentado pelo próprio Hitchcock em vinhetas curtas e bem humoradas nos prólogos e epílogos dos episódios, a série original contou com a participação de feras como Steve McQueen, Dick York, Bob Crane, Charles Bronson, Walter Matthau, Vincent Price, Robert Duvall, Burt Reynolds e John Cassavetes. Dos 383 episódios produzidos, Hitchcock dirigiu apenas 18 e semente um deles com duração de 50 minutos. Uma nova versão do seriado chegou às telinhas entre 1985 e 1988, com novas histórias e algumas originais refilmadas – caso de “Revanche” e “Colapso”, por exemplo. As vinhetas com a apresentação de Hitchcock foram colorizadas por computador, o que ajudou a manter o remake ainda mais fiel à série original.
No Brasil, “Alfred Hitchcock – Suspense” está ausente das telas faz tempo! Na década de 1980, o remake foi exibido pela Rede Globo e, na tv fechada, passou durante um bom período no antigo canal USA Network, enquanto a 1ª temporada da série original foi transmitida pelo TCM. DVD’s originais não estão disponíveis no Brasil – ao menos por enquanto. Só nos resta esperar que o mestre do suspense volte a aparecer nas telinhas tupiniquins, tornando nossas noites tropicais ainda mais quentes e eletrizantes!

(Publicado em 26/03/2011)

Seção TV Pra Ti Ver: “Baretta”


Com Robert Blake no papel do policial que dá nome à série, “Baretta” pode ser considerado um dos últimos clássicos de um estilo que, há tempos, anda meio fora de moda: o policial durão, capaz de detonar os bandidos e ainda ficar com alguma gata no final de cada história – neste caso, não um policial típico, mas um sujeito que faz uso de disfarces engenhosos para tapear os criminosos, não abre mão de um bom “X-9” (como Galo, interpretado por Michael D. Roberts), freqüentemente briga com seus superiores (inspetor Shiller, vivido por Dana Elcar na 1ª temporada e substituído pelo ator Edward Grover, no papel de Hal Brubaker, nas temporadas seguintes), vive no hotel de Billy (Tom Ewell), cujas instalações mais lembram um pardieiro melhorado e – mais estranho de tudo – ainda cria uma cacatua!
Exibida originalmente pela rede norte-americana ABC entre 1975 e 1978, “Baretta” somou 4 temporadas ao longo de seus 82 episódios. Surgiu após o fim de “Toma” – seriado de 1974, que retratava a história real de um policial que usava disfarces para efetuar um grande número de prisões, cujo cancelamento ocorreu após a recusa do ator Tony Musante em prosseguir no papel.
Bom para Robert Blake, que ficou mundialmente conhecido após o estrondoso sucesso de “Baretta” – e por sua conturbada vida pessoal em tempos mais recentes. No Brasil o seriado foi ao ar há alguns anos pelos canais pagos Multishow e Universal. Também não possui lançamento oficial em DVD – o que limita os fãs aos discos lançados no mercado paralelo ou às velhas fitas VHS ainda não mofadas. Se depender das distribuidoras, o Brasil continuará sendo o pesadelo dos colecionadores de séries antigas!

(Publicado em 08/12/2011)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer a Rádio Mundial AM?


Atualmente não faltam opções de emissoras de rádio para os apreciadores da música, dos debates e da informação. Seja no carro, no celular ou mesmo na web, há programas de diferentes estilos para todos os gostos – alguns populares, outros nem tanto. Todavia, num passado não muito distante, as alternativas eram bem mais escassas e a disponibilidade de tecnologias, mais limitada. Foi o período de reinado das estações em AM, na virada das décadas de 1960/1970, quando ainda não se falava muito em Modulação de Freqüência e o Regime Militar apenas começava a liberar as primeiras concessões para rádios em FM.
É nesse contexto que a Rádio Mundial AM 860 kHz surgiu para embalar as histórias de diferentes gerações de ouvintes. Sob o comando e a direção do DJ Newton Duarte, o Big Boy, a Mundial consagrou-se ao longo da década de 1970 com uma programação Pop marcada pela versatilidade. Programas como Ritmos de Boate, Show dos Bairros, Toca Toca Mundial, Música do Dia, Good Night Mundial, Som dos Bailes, Cavern Club (que era transmitido às sextas-feiras exclusivamente com canções dos Beatles) eram apresentados por Big Boy e outras feras da locução, como Samuel França e Eloy DeCarlo. Além de gerenciar a programação, Big Boy promovia bailes em diversas casas de show do Rio de Janeiro – tanto empenho e dedicação do diretor e toda a equipe da rádio teve como principal conquista milhares de ouvintes fiéis espalhados por todo o Brasil, transformando a Mundial numa referência para outras estações AM e FM espalhadas pelo país.
Com a morte prematura de Big Boy em 1977 e a ascensão das emissoras em FM – em especial a antiga Rádio Cidade –, a Mundial entrou em irreversível decadência. Ao longo da década de 1980, a emissora buscou a manutenção dos níveis de audiência, fazendo uso das vinhetas originais e mantendo alguns programas consagrados – além de mudar a linha musical de Pop para Sucessos Populares e transmitir atrações de forte apelo junto ao público, como o Clube do Amor, apresentado por Alberto Brizola. Apesar das mudanças e de ainda contar com uma audiência respeitável, a Rádio Mundial foi tirada do ar pelo Sistema Globo em janeiro de 1993 e imediatamente deu lugar a atual CBN, especializada em notícias. Mas, pra quem tem saudade, é possível aliviar o sentimento de nostalgia baixando o CD “Ritmos de Boate”: http://waldecidjsetmusic.blogspot.com/2008_03_01_archive.html
ou fragmentos dos programas da Mundial:
www.4shared.com


(Publicado em 11/06/2011)

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer a Turma Da Impecável Maré Mansa?


Programas humorísticos fazem parte da tradição do rádio brasileiro. Desde os longínquos tempos da PRK-30, com Lauro Borges e Castro Barbosa, até os dias de hoje com a Jovem Pan FM e seu Pânico No Rádio, os brasileiros sempre demonstraram um bom apetite para o gênero, garantindo audiência e consolidando carreiras de humoristas que, mais tarde, despontariam também na TV. Nesse cenário, um dos grandes exemplos de sucesso e longevidade do humor no rádio foi um programa que começou na Rádio Mauá, passou para a Super Rádio Tupi e encerrou sua história na Rádio Globo AM: A Turma Da Impecável Maré Mansa. Apresentado pelo falecido Antônio Luiz e desconhecido para as novas gerações , o programa permaneceu no ar durante anos, levando alegria, diversão e entretenimento a ouvintes de todo o país. Seu nome estava vinculado ao patrocinador, a extinta rede de lojas Impecável Maré Mansa. Era transmitido de 2ª a domingo, das 21 às 22 horas, sempre que não havia algum evento esportivo. Foi justamente aos domingos que programa passou a ir ao ar das 13 às 14 horas, hora em que se intitulava “A Seleção Maré-Mansista”. A Turma Da Impecável Maré Mansa era composto por vários quadros, esquetes e alguns fixos como o personagem Barroso, que encerrava o programa, e A Escolinha Do Professor Raimundo, com Chico Anysio. Outra característica do humorístico era seu elenco estelar: além de Chico, nomes como Geraldo Alves, Selma Lopes, Manhoso, Jô Soares, Mário Tupinambá, Orlando Drummond, Zezé Macedo, Rogério Cardoso, Brandão Filho, Francisco Milani, Rony Cócegas e Olney Cazarré figuravam entre os vários artistas que trabalharam na atração ao longo dos anos. Com humor leve, A Turma Da Impecável Maré Mansa podia ser ouvido por pessoas de todas as idades – tanto que vários de seus quadros foram adaptados para a TV. O programa saiu do ar há tempos, porém entrou para a história como um dos maiores e mais duradouros sucessos do rádio no Brasil.

(Publicado em 03/04/2011)

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer a Televisão Colorado?


Ter uma televisão dentro de casa há tempos deixou de ser um luxo reservado aos mais abastados. Seja um aparelho com tela LCD, de todos os tamanhos possíveis e excelente qualidade de imagem, a variedade de opções e a facilidade de financiamento permitiram que grande parte dos brasileiros adquirisse um bom televisor. Isso sem mencionar o leque de opções de programação, consideravelmente ampliado a partir do advento da Tv por assinatura.
Mas nem sempre foi assim: durante as décadas de 1960 e 1970, as emissoras e retransmissoras de Tv do país se arrastavam, driblando as limitadas tecnologias da época e as dificuldades para manter no ar uma boa grade de horários. O rádio ainda reinava, principalmente nas regiões e cidades mais ermas do Brasil e a transição para a televisão ocorria de forma morosa. Foi nesse contexto de pioneirismo e superação que surgiu a Colorado Rádio e Televisão S.A., oferecendo, a preços mais acessíveis, a Colorado RQ. Com seu slogan “Prestígio e categoria com reserva de qualidade”, a empresa fez uso do futebol como ferramenta para popularizar a marca, tendo Pelé como garoto propaganda durante um longo período. Aproveitou os ganchos das Copas do Mundo de 1970/1974, disponibilizando aparelhos em praças públicas de pequenas cidades do interior durante a transmissão de jogos. Dois modelos em preto e branco se tornaram bastante conhecidos: a Colorado Iguaçu e a Colorado Ipanema, mas o fabricante chegou a produzir aparelhos à cores – uma grande novidade no país em meados da década de 1970.
A televisão era simples: tinha um botão que sintonizava canais de 2 a 13 VHF (televisores que contavam com o canal 1, em geral, tinham-no para transmissão UHF), outro para controlar o contraste e mais dois para acertar o horizontal e o vertical. O acabamento abusava de materiais plásticos e não eram raros os pequenos problemas com a regulagem da imagem, que costumavam irritar os proprietários. Todavia, não foi tanto pela simplicidade que a Colorado RQ desapareceu do mercado a partir de 1980: a concorrência se tornou mais acirrada a partir da entrada de marcas estrangeiras com preços igualmente acessíveis e qualidade superior. Para os saudosistas, resta a opção de sites de vendas como o Mercado Livre ( www.mercadolivre.com.br ) nos quais é possível adquirir um exemplar ainda funcionando e em bom estado. E por que não? Afinal, a Copa do Mundo de 2014 vem aí!

(Publicado em 25/06/2011)

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer o Videogame Odyssey?


Para a garotada do início dos anos 1980, Nintendo Wii, Playstation 3 e mesmo alguns aplicativos de games para telefone celular estavam além do imaginável. Notebooks, tablets ou Internet eram o tipo de coisa completamente fora de qualquer expectativa, mesmo nos filmes mais ousados de ficção científica. E quando o assunto era computador pessoal, o máximo que se dispunha na época limitava-se muitas vezes a um CP 500 – o qual, para os padrões tecnológicos de hoje, dispunha de velocidade operacional comparável ao de uma locomotiva a diesel numa corrida contra um trem-bala.
Foi nesse cenário que a Philips lançou no Brasil, em 1983, o videogame Odyssey. Produzido pela Magnavox nos Estados Unidos desde 1972, o Odyssey evoluiu nos anos seguintes de um console com apenas dois jogos (Tênis e Hóquei, nos longínquos tempos do Odyssey 100) para o sistema de cartuchos que poderiam ser trocados de acordo com o interesse do usuário por algum jogo específico. Vítima de uma mal planejada campanha publicitária, a primeira geração do Odyssey teve vida curta – o que não se repetiu nas versões seguintes, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa e no Japão.
Em terras brasileiras, a Philips manteve o produto em linha até meados de 1984, fazendo do Odyssey o concorrente direto do Atari 2600 – direto, mas não a altura, uma vez que os games do Atari eram bem mais diversificados se comparados aos do Odyssey. Apesar disso, jogos como OVNI, Didi Na Minha Encantada, Come-Come (versão “odysseyana” para o clássico Pac Man), Abelhas Assassinas, Futebol Eletrônico e Defensores da Liberdade eram muito populares entre os proprietários do brinquedo naqueles tempos – assim como o intrigante teclado na parte frontal do videogame, quase uma marca registrada. Apesar dos quase 30 anos de seu lançamento no Brasil, ainda é possível adquirir um exemplar do Odyssey em bom estado (com caixa e tudo, incluindo cartuchos) nos principais sites de vendas. Porém, é bom lembrar que o produto é visto como uma raridade e não como quinquilharia, o que lhe agrega merecido valor. Para saber mais sobre o Odyssey e até baixar os jogos em seu computador, visite:
http://odysseymania.classicgaming.com.br/

(Publicado em 06/12/2011)

Retrato Em Branco & Preto Especial: Guloseimas


Nem só de objetos, fotografias e programas de TV vive o passado: também os apelos do estômago têm suas memórias. Pensando neles é que a seção Retrato Em Branco & Preto desta semana relembra guloseimas que adoçaram a infância de tanta gente. Algumas ainda estão por aí, com embalagens diferentes e disponíveis em novas versões. Outras desapareceram e mantêm-se preservadas nas lembranças daqueles que tiveram a oportunidade de saboreá-las. Para este Especial – Guloseimas, o Homem do Canadá separou algumas que marcaram época:
•Balas Soft: apesar dos engasgos que levaram muitas crianças para o hospital, a duríssima bala Soft era saborosa e apresentava uma boa diversidade de sabores, coisa rara n’outros tempos. As balas originais não são mais fabricadas, porém existem empresas especializadas que as produzem por encomenda;
•Balas Juquinha: estas ainda são manufaturadas e até exportadas para outros paises. No site do fabricante é possível saber mais sobre a gostosura e até fazer encomendas para vendas no varejo (www.juquinha.com.br/);
•Cigarros de Chocolate Pan: em tempos de “politicamente correto” passaram a se chamar “Rolinhos de Chocolate”, de maneira a evitar que crianças venham a se sentir estimuladas ao consumo de tabaco. São fabricados desde 1935 e ficaram famosos por suas caixinhas com o menino que trazia entre os dedos um dos cigarros de chocolate – devidamente editado nas embalagens modernas;
•Sorvetes Yopa: antes de ser comprada pela Nestlé na década de 1990, a Yopa fazia franca concorrência à Kibon – mais acirrada diante do generoso mercado de consumo proporcionado por um país de clima predominantemente tropical como o Brasil. Como esquecer sorvetes como o Copa de Ouro Milho Verde ou seu sucessor, o Copa de Ouro Nozes, que faziam brilhar os olhos da garotada refletidos nos refrigeradores do início da década de 1980?
•Ki-Suco: desenvolvido nos Estados Unidos em 1927 pela Kool-Aid, chegou ao Brasil em 1961 e, 3 anos depois, ganhou as tradicionais embalagens com o personagem da jarra de suco, o Kool-Aid Man. Atualmente, a Kraft Foods produz o Ki-Suco, mas sem as características originais que o consagraram.
Poderíamos falar do Drops Banda, das balinhas de amendoim Quém Quém, dos salgadinhos Skiny e o wafer Mirabel, dos biscoitos Recreio e dos doces de boteco (tais como doce de leite, batata doce ou abóbora), pois são inúmeras as delícias do passado. Mas isso fica para outro Retrato Branco & Preto.
Para recordar estas e outras delícias, visite o site: http://fotolog.terra.com.br/luizd:477

(Publicado em 14/07/2011)

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer o Jornal Dos Sports?


Não precisa ter uma idade muito avançada para saber que a seção Retrato Em Branco & Preto desta semana bem poderia se chamar “Retrato Em Rosa & Preto”: afinal, estamos falando do Jornal Dos Sports, periódico carioca que, até bem pouco tempo atrás, ainda estava em circulação. Fundado em 13 de março de 1931 pelo jornalista Argemiro Bulcão e voltado para o segmento esportivo nas suas mais diversas vertentes, inicialmente chegava às bancas na versão padrão em preto e branco – mudando para as marcantes páginas cor-de-rosa em 1936, inspiração advinda do jornal francês L'Auto.
Também em 1936 o Jornal dos Sports foi comprado por Mário Filho, cuja administração caracterizou-se pelas diversas inovações, incluindo uma maior participação em campanhas relacionadas ao esporte, como a construção do estádio do Maracanã – que hoje leva seu nome. Mário Filho ficou à frente da publicação até sua morte, em 1966. Célia Rodrigues, viúva do jornalista, tornou-se responsável pelo periódico até seu suicídio, em 1967, quando o Jornal dos Sports passou a ser administrado por Mário Júlio Rodrigues, herdeiro de Mário Filho. Sob sua gestão, o periódico passou novamente por ousadas mudanças, como o lançamento do caderno cultural O Sol e a colaboração de jornalistas do quilate de Zuenir Ventura e Ricardo Jardim – além dos consagrados cartunistas Ziraldo, Jaguar e Henfil e do compositor Torquato Neto.
Com a morte de Mário Júlio Filho em 1972, vítima de complicações relacionadas ao alcoolismo, o Jornal dos Sports foi herdado por sua segunda esposa, Cacilda Fernandes de Souza, que rompeu totalmente com a linha estabelecida pelo falecido marido – o que afastou os antigos colaboradores. As consequentes perdas financeiras levaram Cacilda a vender o jornal em 1980 para a poderosa família Velloso, que o salvou da bancarrota e se manteve à frente de sua gestão até 1999, quando foi vendido para o empresário Omar Resende Filho. Nos anos seguintes, o Jornal dos Sports passou por um tipo de “propriedade flutuante”, incluindo nomes que foram apontados nas investigações da Operação Sanguessuga, realizada pela Polícia Federal em 2004. Entre idas e vindas de diferentes donos, o Jornal dos Sports encerrou definitivamente suas atividades em 10 de abril de 2010. Publica-se agora no imaginário popular e nas lembranças dos cariocas que, durante quase 80 anos, acompanharam as conquistas de seus ídolos esportivos nas inesquecíveis páginas rosadas da publicação.

(Publicado em 19/12/2011)

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer o Mundo Alegre De José Vasconcellos?


Quando se trata do genial José Vasconcellos, todas as homenagens que possam ser feitas hão de ser poucas. Afinal, nosso querido Zé deixa saudades - mas também o legado de uma carreira marcada por um humor de altíssima qualidade. É bem possível que os brasileiros não tenham a devida noção da proporção de sua perda, pouco enfatizada por uma mídia dominada por um conceito de humor mediano e apelativo, quilômetros distante da obra maravilhosa deixada por José Vasconcellos.
Um mês antes de sua morte, precisamente no último dia 10 de setembro, o blog "Ou será que não?" publicou um breve ensaio sobre este ícone que marcou toda uma época e se impôs diante das demais. Reprisamos hoje essa nossa postagem, como forma de prestar mais uma homenagem a José Vasconcellos, que se foi rumo à eternidade - talvez para tornar o céu um lugar bem mais divertido, bem mais alegre, assim como foi o seu mundo: O Mundo Alegre De José Vasconcellos.
Aos 85 anos e enfrentando problemas de saúde, José Vasconcellos está longe de receber todo o crédito que lhe cabe na história do humor nacional. Fala-se muito em Chico Anysio, enaltece-se Jô Soares e até mesmo comediantes de nível questionável, como Costinha e Dercy Gonçalves, são louvados – todos talentosos, cada um à sua maneira. Porém, é lamentável que pouco se fale em José Vasconcellos. Na sua juventude, o humorista se destacou como “one man show” numa época em que este conceito ainda não existia no Brasil. Seus espetáculos, sempre lotados, eram escritos pelo próprio José Vasconcellos que compunha também grande parte da trilha musical.
De suas históricas turnês na década de 1960 nasceram discos clássicos, como “Eu Sou o Espetáculo”, o raríssimo “José Vasconcellos Conta Histórias De Bichos”, o bem-acabado “E o Espetáculo Continua” e o polêmico “O Mundo Alegre De José Vasconcellos” - este último, lançado em 1966 pela extinta gravadora Odeon, teve parte de seu conteúdo vetado pela censura da época que propôs cortes em seu conteúdo. Mas já era tarde, uma vez que o disco já estava disponível no mercado. Outros vinis do humorista foram lançados nos anos seguintes, como “O Espetáculo é Zé Vasconcellos” e “A Hora e a Vez Do Riso”, porém sem a mesma repercussão de seus trabalhos anteriores.
José Vasconcellos fez fortuna com seus shows, com suas impagáveis imitações e com as personagens que criou, investindo pesado no que poderia ter sido a Vasconcelândia, o maior parque de diversão e entretenimento do país – que só não foi para frente em função da falta de apoio do poder público que, na ocasião, recusou-se a conceder os recursos necessários à infra-estrutura que permitiria o acesso ao gigantesco terreno. Muito por isso, José Vasconcellos perdeu dinheiro – mas não o caráter: ao longo das décadas em que esteve na ativa, jamais fez uso de um único palavrão em seus textos e anedotas. Talentos como o de José Vasconcellos mostram-se cada vez mais escassos num Brasil infestado pela chatice do “politicamente correto”. Trata-se de um artista incomparável, atemporal e único, capaz de tornar o mundo, de fato, muito mais alegre.

(Publicado em 10/09/2011)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Seção Check in: Ferrovia Transiberiana


Que tal passar uma semana viajando de trem pelo maior país do mundo, atravessando uma das mais belas paisagens concebidas pela natureza? A Ferrovia Transiberiana é uma excelente opção para os que apreciam belos lugares e boa gastronomia.
Com seus 9.289 km, a Trans-Sib (como é chamada) faz a conexão entre a Rússia Européia e as províncias do Extremo Oriente Russo – além de outros países, como Mongólia e China. Em seu trajeto de Moscou a Vladivostok, cruza 8 fusos horários, cerca de 87 cidades e 16 dos rios mais importantes da Eurásia. Ao contrário do que possa parecer, os custos da viagem são relativamente baixos se comparados aos de destinos mais famosos: por cerca de US$100,00 é possível reservar uma cabine com capacidade para 4 pessoas. E o conforto é um bônus à parte: por conta das conhecidas baixas temperaturas da Rússia, o trem possui ambiente climatizado e, em seu vagão restaurante, o turista pode apreciar pratos típicos russos e bebidas como a tradicional vodka. Se preferir pode ainda experimentar as variantes da culinária do país nas paradas ao longo do percurso.
Construída na virada do século XIX para XX, a Transiberiana levou 25 anos para ficar pronta e somente em 2002 a eletrificação de todo o percurso foi concluída. Além de turistas, a ferrovia também é responsável pelo transporte de 30% das exportações russas e pela conexão com outras linhas importantes, como a Transmanchuriana e a ferrovia Baikal Amur. A alta estação turística da Trans-Sib vai de maio a setembro, mas você pode realizar toda a viagem a qualquer hora e sem sair do Brasil. Basta clicar em:
www.google.ru/intl/ru/landing/transsib/
O site oferece ao internauta imagens de todo o percurso acompanhadas pelo Google Maps.
Para sabe mais detalhes sobre turismo na Ferrovia Transiberiana visite o site:
www.walkshow.com.br

(Publicado em 14/05/2011)

Seção Check in: Ferrovia Pequim-Lhasa


Realizar uma longa viagem de trem é sempre um programa muito prazeroso para qualquer turista. Além do conforto e do bom serviço de bordo disponíveis nos principais roteiros ferroviários, os passageiros tem a oportunidade de contemplar belas paragens, saborear experiências gastronômicas diferentes e ainda conhecer novas culturas, acompanhados por uma saudável letargia que somente o transporte sobre trilhos é capaz de proporcionar.
Não é diferente na Ferrovia Pequim-Lhasa. Concluída em 2006 a um custo de 4,1 bilhões de dólares, a bitola se estende da capital chinesa até o distante Tibete, num longo trajeto de 4 mil quilômetros – dos quais 500 se lançam sobre solo congelado (permafrost) durante o inverno – que se transforma num grande lamaçal no verão. Tratou-se, portanto, de um grande desafio para os engenheiros chineses, que conseguiram superar as inúmeras adversidades físicas da região e ainda entregaram a obra concluída um ano antes do prazo. Outro mérito da engenharia chinesa reside no fato de que a ferrovia foi concebida de maneira a minimizar os impactos ambientais que normalmente são causados por estruturas desse porte. Por se elevar a altitudes acima dos 5.000 metros ao longo do planalto tibetano – o que lhe confere o título de ferrovia mais alta do mundo –, os vagões são pressurizados e dispõem de máscaras de oxigênio que podem ser usadas por passageiros caso sintam os efeitos da altitude. Até mesmo as janelas possuem filtros que reduzem a passagem de raios ultravioleta, protegendo os turistas ao longo de dois dias de viagem.
Infelizmente não é tão fácil conhecer a fabulosa ferrovia da China. Se, para o viajante chinês, não há qualquer empecilho para a realização do trajeto, para o turista estrangeiro a conhecida burocracia do país e a pouca disponibilidade de agências especializadas no percurso são obstáculos cuja superação é tão difícil quanto o próprio relevo tibetano. Apesar isso, a ferrovia Pequim-Lhasa figura na Seção Check-in desta semana, pois indubitavelmente é uma das atrações turísticas mais incríveis do mundo.

(Publicado em 26/11/2011)

Seção Check in: Turismo Na Islândia


Gosta de lugares exóticos, com paisagens deslumbrantes de grande potencial para quem não abre mão da aventura? Se a resposta for sim, então vá para a Islândia! Com uma superfície de 103.000 km² onde o conflito entre os glaciais e o magma ocasiona constantes transformações, a Islândia conta com belíssimas montanhas de coloração única – resultado da atividade vulcânica. Geleiras famosas como a Strokkur e parques ornamentados por bétulas, saxifragas, angélicas e salgueiros, como é o caso do Parque Nacional Skaftafell, são excelentes opções para passeios ao ar livre – além do famoso Anel Rodoviário da Islândia (conhecido como Ring Road) que, com seus 1337 km de extensão, circula todo o país, proporcionando ao viajante a chance de conhecer toda a ilha. Outras atrações naturais que podem encher os olhos dos visitantes são os deltas de areia negra (chamados Sedur), os planaltos desérticos de lava em vários tons de negro, os próprios vulcões e os rios ao longo dos glaciais.
Mas não são apenas as paisagens irretocáveis que estão à espera dos turistas que visitam a Islândia: a capital, Reiqueavique, com seus 120.000 habitantes, trânsito suave, poucos prédios e muitos jardins, oferece aos visitantes um ambiente bucólico com interessantes opções gastronômicas que vão da culinária exótica do país às redes de fast food conhecidas internacionalmente. Livrarias e teatros também constituem boas oportunidades de entretenimento, tanto na capital quanto em Akureyri, a 2ª maior cidade do país. A rede hoteleira é bastante satisfatória, variando do luxuoso Hotel Saga à rede hotéis Edda, que possui uma relação custo-benefício apropriada àqueles que desejam conhecer o país gastando menos.
Com uma população de cerca de 404 mil habitantes, a Islândia tornou-se independente da Dinamarca em 1904 – adotando a República como forma de governo 40 anos depois. Para chegar ao país, a melhor opção é a Iceland Air, que possui vôos regulares até o aeroporto próximo à Reiqueavique. Há um bom sistema de transportes públicos nas cidades – porém, para o interior, as viagens devem ser organizadas em jeep ou a pé. O melhor mês para conhecer a Islândia é agosto, quando o ápice do verão proporciona temperaturas em torno dos 14ºC. Para saber mais sobre turismo na Islândia, visite:
www.tripadvisor.com.br/

(Publicado em 15/10/2011)

Seção Check in: Territórios Do Noroeste (NWT, Canadá)


São fartas as belezas disponíveis aos turistas que tem a sorte de conhecer o Canadá! O gigantesco e aprazível país possui hotéis de primeira linha, um sistema de transporte que vai além da eficiência, teatros, museus, pontos históricos, bibliotecas públicas e outras infindáveis opções de entretenimento e lazer – isso para não mencionar as deslumbrantes paisagens! Da Costa Leste franco-inglesa passando pelas planícies verdejantes de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, até a Costa Oeste além das Montanhas Rochosas e ao longo das florestas temperadas da Colúmbia Britância, o Canadá oferece talvez mais do que seria possível conhecer em uma vida inteira de viagens. Mas, como quase sempre acontece, os mais ricos tesouros costumam estar escondidos e, ao turista de bom gosto, não cabe o luxo de permitir que passem despercebidos. No caso do Canadá, tais tesouros podem ser encontrados nos Territórios Do Noroeste (NWT, na sigla em inglês).
O sensacional em relação à região é que você pode conhecê-la durante todo o ano, dependendo de sua preferência. No inverno é possível ter overdoses de adrenalina dirigindo sobre a rodovia de gelo esculpida ao longo do Rio Mackenzie. Na primavera e também verão, apreciar a vida selvagem no Nahanni National Park Reserve ou dirigir pela Mackenzie Highway até as maravilhosas Louise Falls e Alexandra Falls – passeios que podem deslumbrar até o mais desatento dos turistas. Visitar Yellowknife, a “capital dos diamantes” ou participar de pescarias no Great Slave Lake e no Great Bear Lake também são programas imperdíveis ao visitante.
Porém, sem dúvida, o programa mais ousado tem no outono a estação ideal: dirigir os 740 km da Dempster Highway, que liga Dawson City, em Yukon, à cidade de Inuvik, próxima ao delta do Rio Mackenzie, viagem que proporciona não somente uma maior proximidade com a variada vida selvagem da região, mas também a chance de observar a fabulosa paisagem temperada em transformação, adequando-se ao verão que se aproxima. No caminho, nada como tirar uma foto no marco sobre o Círculo Ártico (foto), a exatos 66º de latitude norte. E há muito mais: a leveza da arte inuit, hotéis de excelente qualidade, opções de bed and breakfast, campgrounds e cabins, parques nacionais, enfim: com 1 346 106 km², é como se os Territórios Do Noroeste fossem um país inteiro à espera daqueles que anseiam por aventura, belas paisagens, cultura e diversão. Para obter maiores informações sobre turismo na região visite:
http://www.spectacularnwt.com/

(Publicado em 20/08/2011)

Seção Check in: Turismo Na Antártida


Existem boas opções de turismo para quem pretende conhecer a Antártida sem entrar numa fria. Habitado apenas por cientistas e pessoal de apoio das bases de pesquisa – além de espécies da vida selvagem local – o “continente de gelo” possui cerca de 14 milhões de km², temperaturas médias de -10ºC em sua costa rochosa durante o verão e -40ºC no inverno, além de ventos que, eventualmente, podem chegar a 320 km/h.
Todavia, na maioria dos pacotes de viagem oferecidos, uma visita à Antártida não chega a ser considerada como “turismo radical”: a Antártida Expeditions, por exemplo, realiza expedições em seus navios nas quais os turistas podem apreciar a beleza de icebergs, colinas e ilhas povoadas por pingüins. Convém lembrar que neste pacote está incluso somente uma diária em Ushuaia, no extremo meridional da Argentina, até a partida do navio no dia seguinte. O custo da viagem fica em torno de US$ 2.500,00 por pessoa (com direito à cabine dupla, alimentação e retorno) durante a visitação à porção norte da Península Antártida, com duração prevista de 11 a 14 dias.
Mas existem outras opções: por US$ 900,00 é possível se instalar confortavelmente na base chilena O’Higgings ou, se o turista almeja um passeio mais longo, poderá fazer a circunavegação do continente a bordo de um quebra-gelo russo durante dois meses pagando, em média, US$ 25.000,00. Para saber mais sobre turismo na Antártida, visite:
www.blogdicas.com.br
www.antarcticacruises.com.ar

(Publicado em 07/06/2011)

Seção Check in: Papua-Nova Guiné



Recebendo apenas 20 mil turistas por ano, Papua-Nova Guiné é comumente chamado de “paraíso desconhecido” – para efeito de comparação, as pequenas ilhas Fiji abraçam quase meio milhão de visitantes anualmente. Bom para os espaços naturais de Papua-Nova Guiné: suas belas paisagens permanecem preservadas, quase intocadas. Localizado na distante Oceania, o país possui 462.840 km² e sua população de 6 milhões de habitantes chega a fazer uso de 850 idiomas diferentes. Descoberta por portugueses e colonizada por ingleses, a região foi cedida à Austrália em 1906 – mas seu território só foi completamente definido em 1971, com a parte ocidental da ilha anexada à Indonésia, enquanto a parte oriental tornou-se Papua-Nova Guiné. A conquista da independência levou mais alguns anos, uma vez que somente em 1975 o país se tornou soberano.
O país é também o paraíso dos praticantes de mergulho: seus mares guardam as espécies mais exóticas imagináveis, de peixes trombetas e moluscos coloridos a conchas gigantes e estrelas do mar. Além da biodiversidade marinha e terrestre, o visitante pode ainda conhecer pontos turísticos fabulosos como:
•Port Moresby: a capital de Papua-Nova Guiné possui centros de compras, prédios históricos e boas acomodações;
•Madang: com seus parques, canais, vulcões ativos e praias paradisíacas é considerada a cidade mais bonita do Oceano Pacífico;
•Rabaul: região onde é possível realizar escaladas de vulcões e visitações a cavernas e túneis feitos pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
Para chegar a Papua-Nova Guiné e desfrutar das maravilhas existentes no país, a melhor opção é a Cia. Aérea Air Niugini (como seus vôos partem da Austrália, o turista pode aproveitar e conhecer os dois paises de uma só vez). Na chegada ao aeroporto, pode-se obter um visto por 100 Kinas – é necessário fazer o câmbio antes de chegar a Papua-Nova Guiné, pois o pagamento do visto só é aceito em moeda local. Para maiores informações, basta colar em seu navegador:
http://www.portalsaofrancisco.com.br

(Publicado em 17/06/2011)

Seção Check in: Turismo Na Mongólia


Se você é do tipo que aprecia baladas rasgadas ou eventos culturais nababescos, então não vá para a Mongólia. Mas se prefere céu azul, lindas planícies e estepes vicejantes, então este belo país da Ásia Central lhe será perfeito. Terra do histórico Genghis Khan, a Mongólia possui um território de cerca de 1.566.500 km² e uma população de 2,8 milhões de habitantes que têm no Budismo sua principal religião. Tornou-se independente da China em julho de 1921, passando a ser o 2º maior país do mundo sem litoral (o primeiro é o Cazaquistão) e sua capital é a aprazível Ulan Bator.
Há muito que fazer na Mongólia, principalmente quando se trata de passeios ao ar livre. Excursões ao Deserto de Gobi, visitas a reservas naturais como os Parques Nacionais de Terejl e de Hustai, além de espaços culturais como o Museu Histórico Nacional da Mongólia, o Museu de Mazshir e o Monastério de Gandan – programas imperdíveis. Para os turistas mais ousados, é possível participar de jornadas a camelo ou conhecer locais históricos como Kharkhorin. Bons hotéis como o Khenpinski Hotel Khan Palace, o Terejl International Resort e o Narantuul Hotel garantem conforto e descanso, enquanto restaurantes como Caffe Ti-amo e o Luna Blanca proporcionam novas experiências gastronômicas.
Há vôos partindo de São Paulo para a Mongólia: o país conta com 22 aeroportos sendo 4 deles de maior porte. Você pode visitar o país durante todo o ano mas, a não ser que o visitante aprecie muita neve, convém evitar o período que vai de dezembro a março, época do rigoroso inverno mongol. O ideal é viajar pela Mongólia na primavera, estação em que as belíssimas paisagens da região tornam-se ainda mais deslumbrantes. Para saber mais sobre turismo na Mongólia, visite:
http://www.mochileiros.com/dicas-mongolia-t33300.html

(Publicado em 27/09/2011)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Agora, Falando Sério: Às Vítimas, Somente a Elas...



A
respeito dos eventos ocorridos em Nova York no fatídico 11 de
setembro de 2001, a relevância nem sempre é dada àqueles que, de
fato, a merecem: as vítimas de seja lá o que for que atingiu o
Pentágono, do voo 93 da United Airlines que caiu (?) na Pensilvânia
e, principalmente, do World Trade Center. Pessoas comuns com rotinas
semelhantes a tantas outras, cujo pecado residiu no fato de estarem
no lugar errado e na hora errada. Vítimas menos dos atentados em si
e mais da ganância desmedida dos crápulas de sempre, representantes
dos mesmos asquerosos lobbies e cujas vaidades ardem na fogueira de
interesses escusos e mesquinhos que beiram a irracionalidade quando
se trata de garantir alguns punhados a mais de dólares.Quanto
mais o tempo passa, mais os relatórios oficiais, apresentados pelas
comissões incumbidas de investigar os incidentes ocorridos em 11 de
setembro de 2001, parecem se distanciar da realidade dos fatos –
enquanto as mal denominadas “teorias da conspiração” ganham
gradativamente sentido e credibilidade, tornando cada vez mais
evidente que os eventos ocorridos em Nova York e seus arredores não
passam de uma versão ampliada do Reichstag alemão de 1933. Afinal,
tanto o mal-afamado Donald Ramsfeld quanto as empresas pertencentes à
família Bush possuíam lucrativos interesses no Iraque e no
Afeganistão e, por isso, precisavam de alguma justificativa para uma
conveniente invasão àqueles países. Também era evidente a falta
de perspectivas quanto a uma possível reeleição de um patético
George W. Bush – mesmo porque a sua vitória no pleito eleitoral
anterior havia sido fruto de uma descarada fraude – carecendo,
portanto, de que algo fosse feito para melhorar seus índices de
popularidade. Além disso, é de conhecimento geral que a CIA e
outros órgãos de inteligência tinham conhecimento, com pelo menos
dois meses de antecedência, de que a Al Qaeda planejava lançar um
ataque contra os Estados Unidos e, mesmo assim, nada fizeram para
impedi-la.Dá uma certa nostalgia da Nova York das décadas de 70
ou 80, quando ainda era uma cidade com problemas como qualquer outra
grande metrópole, cenário de tantos filmes, séries, conflitos,
vidas. O medo se limitava a questões locais ou a crimes comuns, mas
as vantagens de viver ali suplantavam tais temores. Depois dos
adventos da chamada “Conspiração 911”, o terrorismo – de
ambos os lados – criou uma mácula difícil de ser resolvida,
impossível de ser esquecida, alimentada por um medo muito maior que
se sustenta numa indesejável sensação de incerteza e insegurança.
Por esta razão, colocamos uma imagem da “Grande Maçã” como
ainda deveria ser: a metrópole normal de outrora, agitada, caótica,
encantadora, exalando diferentes referências culturais,
desconhecendo o medo do terror e sua cruel capacidade de fazer
vítimas. A elas, todas as homenagens que possam ser feitas – a
seus algozes, independente da origem, religião ou nacionalidade, que
tenham péssimas noites de sono pelo resto de suas desprezíveis
vidas.Nota Do Blog:Descubra
detalhes sobre a Conspiração 911 visitando o
site: http://resistir.info/11set/griffin_11set.html
(Publicado em
11/09/2011)

Agora, Falando Sério: Desenvolvido é o Cacete!



Não
se trata de pessimismo, nem tão pouco de aderir à turma que torce
para que tudo dê errado. Trata-se de analisar a situação à luz da
realidade, sem mascarar os fatos com devaneios ufanistas, apressando
utopias megalomaníacas herdadas dos meios acadêmicos desde os
tempos anteriores ao Regime Militar.Muito por isso, causa certa
surpresa observar alguns especialistas, jornalistas e intelectuais
insistindo na afirmação de que o Brasil já pode ser considerado um
país desenvolvido. Baseando-se quase exclusivamente em dados
econômicos, os oráculos desta “euforia desenvolvimentista” não
se cansam de repetir os percentuais de crescimento da economia
brasileira, o posicionamento do país no ranking das maiores
economias do mundo, a recuperação do poder de compra da classe
média, a inserção de milhões de pessoas à chamada classe C e
assim por diante – sempre com o foco voltado ao espectro
financeiro.Vamos baixar a bola, pessoal: é com pesar que informo
aos “arautos do deslumbramento” que o Brasil ainda é um país
subdesenvolvido. E digo mais: está longe o dia em que contemplaremos
os horizontes aprazíveis da opulência e ostentação. Não se pode
falar em desenvolvimento real e consolidado enquanto as desigualdades
sociais persistem no país, enquanto alimentarmos uma taxa de
analfabetismo da ordem de 9,6%, enquanto nossa mortalidade infantil
não estiver abaixo de 10 por mil ou nosso IDH se mantiver mais
próximo ao corpo do que ao ápice da tabela estabelecida pela
ONU.Fortalecimento econômico com ênfase nos setores secundário
e terciário é algo necessário e bastante favorável, porém não é
tudo: as imprescindíveis melhorias da qualidade de vida da população
– além da ampliação de uma incondicional oferta de serviços
públicos – são muito mais relevantes na condição de critérios
para o desenvolvimento de uma nação. Desçamos do salto alto e
coloquemos nossos pés no chão. Caso contrário, diante a uma queda,
os ferimentos poderão ser proporcionais à altura de nossa
arrogância.

(Publicado
em 01/07/2011)

Agora, Falando Sério: O Fundamentalismo Cristão No Brasil



A
constituição garante liberdade de culto aos cidadãos do Brasil.
Por liberdade de culto, entende-se não apenas o direito à escolha
religiosa, mas também a prática da fé naquilo em que se acredita.
Daí que não haja espaço para julgamentos em relação àquilo em
que o próximo deposite confiança, nem tão pouco para críticas
voltadas a quaisquer formas de manifestação religiosa, uma vez que
proporcionam felicidade, segurança e bem-estar àqueles que nelas
acreditam.Todavia, o comportamento observado entre certos grupos
religiosos – não apenas no Brasil, mas também em outras partes do
mundo – vai contra àquilo que está estabelecido na nossa
Constituição. Desrespeito a centros religiosos afro-brasileiros –
inclusive com danos físicos aos espaços de culto –,
interpretações ao pé da letra da Bíblia Sagrada levando pessoas à
morte por falta de uma simples doação de sangue, atentados contra
imagens católicas e até uso de concessões públicas de rádio e
televisão para manipulação de massas contra determinados credos,
tornaram-se lugar-comum no país – criando um perigoso ciclo de
discussões banais que nada de produtivo acrescenta às vidas das
pessoas e não lhes confere bônus nem neste mundo, nem em outro –
é bem mais provável que lhes garanta ônus.A bola da vez do
fundamentalismo cristão brasileiro é a perseguição ao famoso
“Rá-Tim-Bum” das festas infantis. Creditado ao demônio, vêm
sendo substituído por expressões improvisadas que beiram o
ridículo, pois destoam do contexto geral da festa e desagradam
àqueles que não dão crédito a estereótipos do gênero. Cada um
tem o direito de fazer a sua festa da maneira que quiser e isso é
incontestável. Mas, se for para impor bobagens advindas de ideias
preconcebidas por fanáticos, então o melhor é não cantar nada: as
crianças não merecem ser contaminadas pelas doenças dogmáticas
que infestam os adultos. O bem e o mal estão presentes no coração
das pessoas, não necessariamente naquilo que elas pronunciam.

(Publicado
em 24/09/2011)

Agora, Falando Sério: Todo Fundamentalismo é, Fundamentalmente, Nocivo



Em
tempos nos quais a morte de Osama Bin Laden ocupa grande espaço nas
manchetes dos principais jornais, nos vemos diante de ideias
preconcebidas que buscam associar a religião Islâmica ao terrorismo
e, principalmente, ao chamado fundamentalismo. Se incorrermos no erro
de tomar como certa tais ideias, então nos caberá um sério exame
de consciência pela injustiça que estaremos cometendo junto a
grande maioria dos praticantes da fé islâmica, que se mantém mais
voltada à prática da religião e que rejeita – e mesmo condena –
quaisquer manifestações violentas por parte de grupos radicais,
sempre prontos a distorcer a mensagem do Alcorão.Devemos
controlar essa mania de olhar para a casa do vizinho sem notar os
defeitos do nosso próprio lar. Isso porque não nos falta toda a
sorte de pequenos fundamentalismos que, além das várias religiões,
manifestam-se em outros segmentos pertinentes ao cotidiano de nossa
sociedade. Seja nas “torcidas organizadas para a baderna” que
tumultuam os jogos de futebol, seja na adoração desarvorada a
determinadas figuras políticas de pouca credibilidade, seja na
perseguição aos fumantes, seja na imposição do politicamente
correto ou na manutenção das desigualdades sociais que ainda
assolam o Brasil, o nosso “fundamentalismo de todos os dias” se
manifesta por meio da imposição, da sedução, do engodo, em
diferentes formas e através de meios diversos, reduzindo a liberdade
e limitando nossas escolhas.É claro que não lançamos aviões
sobre arranha-céus – ao menos, não ainda. Todavia, independente
do contexto e da atitude, nosso telhado de vidro não nos deixa em
posição de julgar o fundamentalismo de ninguém - como se não
tivéssemos nossos momentos de extremismo irracional – nem tão
pouco em condição de considerar como terroristas todos os que
professam o Islã. Afinal, não é de bom grado que continuemos a nos
comportar como vizinhos hipócritas.
(Publicado
em 05/05/2011)

Agora, Falando Sério: A Democrática Ditadura Civil Brasileira



Quem
está de fora até acredita que o Brasil é um país democrático,
munido de respeito aos direitos e deveres e onde todos são iguais
perante a Lei. Quem está de fora não vê os exageros de uma
legislação que aprisiona as pessoas de bem com seu extorsivo
sistema fiscal, legal e trabalhista e liberta condenados perigosos,
concedendo-lhes direitos e benefícios descabidos para que saiam às
ruas e possam cometer novos crimes contra estas mesmas pessoas de
bem, cidadãos que já tem de suportar o duro fardo de carregar o
país nas costas.Quem está de longe pode até cair na conversa
fiada de que a Justiça no Brasil funciona, muito por não saber o
quanto às penitenciarias estão abarrotadas de marginais pobres,
enquanto nas áreas nobres não faltam bandidos ricos e livres. Do
estrangeiro se pensa que os políticos no Brasil representam o povo,
quando, na verdade, este mesmo povo se envergonha dos políticos que
tem – e, de quebra, ainda é julgado responsável por tê-los
eleito, como se as pessoas dispusessem de algum meio para adivinhar a
índole daqueles que se candidatam ou mesmo o que farão uma vez
empossados.A democracia no Brasil não passa de um mito cuja
conjuntura se mostra uma aberração ridícula e bizarra. Os sinceros
e verdadeiros opositores ao Regime Militar que morreram em função
de suas escolhas, reviram-se nos túmulos e nas covas rasas diante da
picaretagem, canalhice, safadeza e falta de caráter deste levante de
calhordas que, eleição após eleição, vem se mantendo nas
principais funções públicas e políticas do país – e isso em
todas as instâncias, inclusive no Poder Judiciário, cuja imagem há
tempos deixou de ser imaculada diante de tantos juristas seduzidos
pelos encantos peçonhentos da corrupção e do interesse próprio,
tão comuns na tal “democracia” pela qual a imprensa tanto se
masturba.Saudades tenho do ex-presidente Ernesto Geisel que,
indagado sobre a transição que pretendiam lhe incumbir de fazer,
negou-se com uma prerrogativa quase premonitória: “Não vou
entregar meu país aos abutres”. O presidente Figueiredo o fez –
e assim o país continua até hoje, cada vez mais desossado e
eviscerado pelos carniceiros da ditadura civil em que se transformou.
(Publicado
em 16/06/2011)

Agora, Falando Sério: Temei, oh Deslumbrada e Arrogante Classe Política Brasileira



É
recomendável que os políticos brasileiros fiquem de olhos abertos:
há de chegar a hora em que o Brasil também terá a sua Revolução
de Jasmim. Acostumados a satisfazer tão somente as insaciáveis
demandas de seus próprios umbigos, tais desprezíveis criaturas
talvez não estejam preparadas para o que virá, caso mantenham –
e, por certo, manterão – seus mimos absurdos, hábitos corruptos e
éticas putrefatas. Será o momento no qual as massas revoltosas
purgarão este Estado democrático de fachada sob o qual vivemos,
dando fim à Ditadura Civil que se apropriou do país. Só então
será livre para construir uma verdadeira democracia, na qual o povo
será representado por si mesmo - e não por tais bestas meliantes e
engravatadas.O que testemunhamos hoje na Tunísia, no Egito, na
Líbia e em outras regiões do mundo árabe nos dá uma dimensão em
pequena escala do que as massas humanas são capazes de fazer - se
congregadas por um mesmo objetivo. No Brasil, esse covil de parasitas
inúteis que reúne a grande maioria de nossos políticos não lidará
com uma população de número relativamente modesto como aquelas
existentes nos países mencionados, mas com cerca de 200 milhões de
indivíduos que, cedo ou tarde, hão de insurgir-se contra as
maracutaias, os excessivos impostos, as mamatas e a vagabundagem
calhorda que há décadas lhes são empurrados goela abaixo.Não
se trata de defender bandeiras socialistas ou teorias
anti-imperialistas de validade vencida: estamos, sim, nos aproximando
do belicoso ponto de saturação. Temei por vós mesmos deslumbrados
e arrogantes políticos do Brasil: quando este ponto de saturação
for alcançado, é bem possível que vocês não sobrevivam à sua
efusiva ebulição.
(Publicado em 17/03/2011)