segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Seção Sexo – Reproduzindo Conceitos: Em Se Tratando De Catecismo, Carlos Zéfiro Era Um Cardeal!


Sorte de quem entrou na adolescência entre as décadas de 1950 e 1980: a nudez não era tão escancarada e, talvez por isso, o desabrochar da sexualidade acontecia de forma bem mais discreta e prazerosa. Afinal, não tínhamos TV a cabo, nem centenas de opções penduradas nas bancas de jornal, nem You Tube ou mesmo Google imagens: tínhamos imaginação e... Carlos Zéfiro pra dar uma mãozinha (no bom sentido, é claro).
Autodidata nos desenhos de talento inquestionável, Carlos Zéfiro era o pseudônimo do funcionário público Alcides Aguiar Caminha, que trabalhou toda a vida no setor de Imigração do Ministério do Trabalho. Casado e pai de 5 filhos, manteve a identidade de quadrinista erótico escondida até pouco antes de falecer, em 1992. Ganhou uma grana por fora, principalmente com os chamados "catecismos" - as revistinhas pornográficas que assinava como Carlos Zéfiro –, mas era também um compositor de mão cheia, chegando a compor quatro sambas para a Escola de Samba Mangueira.
Carlos Zéfiro hoje pertence ao imaginário popular. Quanto ao imaginário dos jovens que compravam os exemplares de seus "catecismos" escondidos dentro de um jornal qualquer... Bem, esse já se converteu em safadezas reais há muito tempo. Sorte de quem pôde, naquela época, apreciar obras como "Helen", "Kátia", "Parafuso & Mulher Biônica", "Hotel Dos Prazeres", as séries "Eu Fui Hippie" ou "Domada Pelo Sexo": não tínhamos as facilidades e comodidades de hoje, mas experimentamos sensações que ficaram nos anais (no bom sentido, é claro) de nossas lembranças. Que não nos esqueçamos, então, de Alcides Aguiar Caminha – ou, simplesmente, Carlos Zéfiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário