sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Seção TV Pra Ti Ver: No Tempo Em Que a TV Perdeu a Noção...
Antes de mais nada, O Homem do Canadá gostaria de deixar claro que nada tem contra a belíssima Scheila Carvalho. A presente foto (publicada pela revista Playboy e reproduzida pelo Jornal O Dia do Rio De Janeiro) tem dois objetivos: adocicar os olhos da rapaziada que visita o blog e ilustrar um tempo em que a TV (e outras mídias), perderam a noção...do limite.
Refiro-me especificamente as décadas de 80 e 90: após duas décadas de ditadura militar e repressão quase geral, o fim da censura foi uma boa oportunidade para a mídia "ir adoidado". Qualquer valor de moral, bons costumes e ética deu adeus ao Brasil e as coisas ficaram meio fora de controle.
Na década de 80, algumas escolas de samba apelaram para o nú explicito em seus desfiles, comerciais da TV faziam a alegria dos pedófilos de plantão (quem não se lembra do comercial do primeiro sutiã?), havia aquela abertura de novela com um sujeito peladão, apresentadora de programa infantil erotizava a inocência das crianças (e fazia a alegria dos papais, principalmente com as microscópicas roupas nas capas de discos) e até mesmo a própria Playboy exagerou com a nudez da inesquecível Luciana Vendraminni (menor de idade na ocasião).
Já na década de 90 a coisa mudou um pouco: apesar de surgir uma certa noção de auto-censura por parte da TV - aliada a uma guinada em certos conceitos por parte da sociedade (principalmente no que diz respeito a garantir a integridade do ser humano na infância e na adolescência) -, tal amadurecimento não impediu que o erotismo caliente de nossas paragens latinas ainda se manifestasse com força nas novelas, nos programas de auditório e na música - como era o caso de grupos de sambaxé como É O Tchan, Gera Samba e As Meninas.
Houve uma melhora mais significativa na última década: quem imaginaria a segregação aos fumantes existente hoje há 20 anos atrás, ou mesmo a necessária e bem-vinda Lei Seca que pode vir a tornar o beber-e-dirigir tão ridículo quanto o fumar-dentro-do-cinema? O erotismo exacerbado está cada vez mais limitado a nichos como o funk carioca, o Google Imagens, o YouTube e os bailes de carnaval, enquanto os direitos da infância, do consumidor, dos idosos, fazem-se cada vez mais presentes. Também já não vemos mais menininhas de 6, 8 anos usando roupinhas sumárias e dançando "na boquinha da garrafa", enquanto os pais aplaudem a cena degradante como se fosse um espetáculo da Broadway. Estamos melhorando, estamos amadurecendo e a TV está aprendendo a ter alguma noção de limite.
Com certeza, não dá pra sentir saudade da alopração geral que tomou conta da mídia brasileira nas décadas de 80 e 90. Mas, como O Homem do Canadá não é nenhum falso-moralista, posso dizer que vou sentir saudades da Scheila... e da Carla.
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