domingo, 4 de dezembro de 2011
Seção Cult: Simply Red, “Life” (1995)
O Simply Red acabou em dezembro de 2010 após uma década de muita atividade nos palcos e pouca criatividade nos discos – à exceção de “Stay” (2007), que agradou tanto o público quanto a crítica. Mas houve um tempo em que adquirir algum dos LP’s ou CD’s da banda era garantia de levar um produto de inquestionável qualidade para casa – sorte de quem hoje está na faixa dos 30 aos 45 anos de idade e pôde apreciar o que o Simply Red tinha de melhor a oferecer ao mundo no exato instante em que isso acontecia.
E foi nesse período de extrema fertilidade artística e maturidade musical que a banda inglesa lançou um de seus melhores trabalhos, “Life” (1995). Conhecido pela alternância de músicos ao longo de seus 26 anos de existência , o Simply Red era então formado pelo genial Mick Hucknall (vocal e letras), Fritz McIntyre (teclado e backing vocal), Ian Kirkham (saxofone e teclados) e pelo guitarrista brasileiro Heitor T.P. “Life” contou ainda com a participação de vários artistas convidados, do calibre de Sly Dunbar, Robbie Shakespeare e Bootsy Collins, entre outras feras. Essa turma reunida só poderia produzir verdadeiras pérolas como “You Make Me Believe”, “Never Never Love”, “So Many People”, “Remebering The First Time”, “So Beautiful” e, claro, a fulminante e quase experimental “Fairgroud” (que alcançou o topo das paradas no Reino Unido), maravilhas que desfilam entre as 10 canções de um disco cuja excelência vai de ponta à ponta.
Ao menos em parte, é possível que as qualidades de “Life” tenham sido encobertas pelo eco persistente de “Stars” (1991): lançado quatro anos antes, é ainda considerado pela maioria dos fãs como o melhor disco da banda. De fato, a tríade “A New Flame” (1989) – “Stars” (1991) – “Life” (1995) corresponde ao período no qual o Simply Red produziu seus melhores e mais inspirados trabalhos, fazendo uso de uma criatividade que não se repetiria em projetos posteriores, como os mornos “Blue” (1998) e “Love And The Russian Winter” (1999). Além de fechar a tríade, o disco se destaca por sustentar uma linha melódica equilibrada, sem nuances de desnecessária ousadia, desenvolvendo sua perfeita musicalidade em consonância com a voz cristalina e primorosa de Mick Hucknall. Assim como os dois discos que o antecederam, “Life” é fundamental em qualquer coleção que se preze: representa não apenas a excelência do Simply Red, mas também uma época em que a música produzida internacionalmente dispunha de grande qualidade – diferente das porcarias que tocam por aí nos dias de hoje.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário