domingo, 28 de março de 2010

Seção Cult: "Druuna", de Paolo Serpieri

Druuna certamente não se casaria na igreja. Também não estaria
interessada numa vaga como secretária executiva de uma transnacional. Druuna não mimaria os filhos porque não os teria. Druuna é suja, pervertida, promíscua mas, acima de tudo, Druuna é dona de toda a sensualidade que toda a mulher gostaria de ter.
Muito conhecida no universo HQ e musa da turma que curte heavy metal, a personagem é criação de Paolo Serpieri. Nas histórias futuristas de Druuna, uma doença apavora a humanidade, pois o vírus da moléstia tem a capacidade de tansformar humanos em mutantes sexualmente pervertidos. Nesse mundo de umbrais depravados, Druuna se prostitui no intuíto de obter antibióticos para ajudar o namorado.
Serpieri desenvolveu a trama entre 1985 e 2003 nos álbuns "Morbus Gravis", "Druuna - Obsessão", "Creatura", "Mandragora", "Aphrodisia" e "O Planeta Esquecido". Existe ainda uma edição rara, de 1981, que apresentou a personagem pela primeira vez. Porém, em todos os álbuns, o traço perfeito de Serpieri se faz presente, tanto na riqueza de detalhes em cada quadro quanto nas aventuras sexuais de Druuna - por vezes sadomasoquistas, pervertidas e explícitas.
Não é leitura pra quem tem estômago fraco. Muito menos pode ser recomendada para menores de 18 anos. Talvez por isso Druuna seja o tipo de quadrinhos muito cultuado, porém pouco conhecido do grande público. Todavia, entre as experiências quase alucinógenas de Druuna e a realidade científica que a envolve, o leitor certamente se delicia com o roteiro envolvente e as ilustrações impecáveis de Serpieri. Druuna é uma obra-prima não reconhecida.


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