domingo, 7 de março de 2010

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer A Máquina De Escrever?


Elas hoje estão aposentadas. Com sorte, estarão esquecidas sobre os guarda-roupas, as velhas penteadeiras que viraram porta-entrulhos ou nos porões empoeirados. Sem sorte, estarão fossilizando nos aterros sanitários ou terão sido transformadas em peças e equipamentos bem distantes da função original para a qual foram destinadas.
E nem faz tanto tempo que elas tinham função estratégica na nossa sociedade. Quantas não foram usadas nos escritórios das grandes corporações, por jornalistas do mundo inteiro na elaboração de furos de reportagens que mudaram a História, na preparação de cartas de amor que foram decisivas para tantas vidas, na construção de poemas, romances, crônicas...
Ingrato fim destinado às máquinas de escrever. Em quase todo o mundo, o computador assumiu aquela que era a principal razão de suas existências - e como uma função minoritária das máquinas modernas. Agora as máquinas de escrever não estão mais presentes nos centros de decisão ou nas cartas de amor, hoje convertidas a e-mail's ou mensagens purpurinadas nos sites de relacionamento.
Talvez merecessem um destino melhor. Mas ainda mantenho a minha bem guardada, funcionando e protegida da poeira. Está aposentada, é verdade, mas seu legado persiste na maneira como digito rapidamente esta postagem, resultando dos extintos cursos de datilografia que tanto fazem falta a nova geração de "cata-milhos" que atualmente "tartaruga" na frente de um teclado. Para aquela velha máquina de escrever, nunca houve ameaça de vírus ou hackers e, quando quebrava, a manutenção era simples e barata. Dispensava impressora e a fita era baratinha. É: a velha máquina de escrever ainda é capaz de inspirar novas idéias...
O mundo era mais lento no tempo das máquinas de escrever, é verdade. Porém, viver era bem mais fácil.

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