O panoptismo previsto pelo filósofo Michel Foucault nunca foi tão verdadeiro – para tristeza dos amantes da espreita ou da surdina! De certa maneira, Foucault dizia que o homem caminhava para a perda da privacidade, uma vez que câmeras e outros aparatos de vigilância logo seriam comuns, monitorando cada passo do ser humano na superfície terrestre – uma espécie de “1984” de George Orwell posto em prática, apenas um pouco menos repressor.
E o que temos hoje senão o mundo panóptico de Foucault colocado em prática no nosso dia a dia? Estejam elas nos celulares, nos automóveis e imagens de satélite do Google, nos ônibus, nas marquises, nos interiores de edifícios ou nos veículos de imprensa, as câmeras proliferam em projeção geométrica e se apropriam das paisagens e seus elementos, dos mais complexos aos mais simples espaços geográficos do mundo.
E o que panoptismo de Michel Foucault ou a obra de George Orwell tem a ver com sexo? É simples e trágico ao mesmo tempo: sem privacidade, acabou-se a alegria da galera! Antes, se um sujeito resolvia aprontar com a esposa ou algum jovem saía para namorar à revelia dos pais, era possível fazê-lo com relativa tranquilidade sem perder o grau de emoção. Hoje ninguém está seguro: basta um telefone celular na mão e uma ideia suja na cabeça para que a vida de qualquer um vire de cabeça para baixo! Até mesmo situações corriqueiras do cotidiano, como tirar uma meleca ou amamentar uma criança, podem parar na rede e receber milhões de acessos, ocasionando uma fama rápida e indesejada – o que dizer então do sexo, principalmente se for proibido? O mundo se torna um pouco mais voyeur a cada dia – e isso sim é vigiar e punir!
quarta-feira, 23 de março de 2011
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