Quanto mais conhecemos as pessoas, mais descobrimos o quanto pouco sabemos sobre elas. Nos surpreendem, nos decepcionam, nos fazem felizes – um verdadeiro emaranhado de reações insuspeitas que, subitamente, nos tomam de arroubo. Entrementes, estamos – ou não – preparados para lidar com as pessoas, esperando sempre que elas também estejam prontas para lidar conosco.
O egoísmo inerente à personalidade humana – e comum a todos, por mais altruístas que se mostrem –, nos faz perceber o mundo do ponto de vista dos nossos interesses, na mesquinhez de nossas necessidades e de acordo com as limitações impostas por nossas existências. Com o semelhante dá-se o mesmo, porém muitas vezes nos falta a capacidade para compreendê-lo. É quando egos diferentes se descobrem em conflito, desconstruindo aquilo que nos faz mais humanos e fazendo emergir instintos primitivos outrora adormecidos.
Como totens, podemos possuir rostos diferentes que se adaptam a cada nova situação. São eles a materialização de nossas reações às condições impostas pelo meio ao nosso redor. O caminho para plenitude nas relações humanas consiste em compreender que nosso semelhante também se comporta como um totem e que, se sua face será amistosa ou não, dependerá da maneira como esculturamos nossos rostos para ele.
O fato de sermos totens não significa que estejamos imóveis – pelo contrário, devemos estar sempre dispostos a aceitar mudanças e a mudarmos com elas. A busca por uma vida mais feliz pode começar pela porta aberta de um simples sorriso, tornando claro a outros totens o quanto nosso coração está em casa.
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