Se tem uma coisa capaz de dar nos nervos de quem é apaixonado por automóveis antigos é escutar de algum jumento que seu carro é velho. Para bom observador, meio automóvel já basta para diferenciar uma coisa da outra.
Carro velho é aquele cujo dono, em geral, é descuidado. Não demora, o motor está batendo pino, a lanterna está quebrada ou o párachoque é preso ao carro por um fio de telefone. Deixar o carro assim independe do ano de fabricação do possante, pois alguns proprietários tratam seu automóvel como objeto descartável, pouco se importando em seguir corretamente a manutenção indicada pelo fabricante ou por oficinas nas quais confia. Por conta disso, carros com três, dois e até um ano de fabricação podem ficar em pior estado do que outros fabricados há quinze, vinte anos.
Se quem fala o que não deve acaba escutando o que não quer, dobre a língua antes de falar qualquer gracinha a respeito do carro dos outros. Não é fácil manter um carro antigo em bom estado, na mesma proporção em que não é difícil danificar seriamente um automóvel que acabou de sair da loja: muitas vezes o conceito de velho ou novo tem mais a ver com a mentalidade do proprietário do que com o carro.
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