sábado, 29 de maio de 2010

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer O Walkman?


Toda uma geração não vai conhecê-lo - a geração atual sequer vai conhecer seu sucessor, o Discman -, mas o fato é que o saudoso Walkman fez a cabeça e os ouvidos da garotada durante décadas. Era o início da liberdade, da livre escolha daquilo que se queria ouvir. Nada de depender da boa vontadas das rádios AM e FM: bastava colocar a fita cassete (outro artefato desconhecido para a molecada dos dias de hoje) e sair por aí, caminhando e curtindo o som que quisesse.
É claro que em tempos de mp-4, Ipod, celulares e outros dispositivos high-tech's que armazenam tudo e, se bobear, ainda calibram os pneus do carro, o velho e obsoleto Walkman parece uma engenhoca modesta e ultrapassada. Porém, o fato é que o Walkman está para música como o vídeo cassete está para a televisão: por mais tecnologicamente avançados que sejam os equipamentos da atualidade, jamais romperão as barreiras da dependência midiática que os antigos aparelhos romperam, nos fornecendo a liberdade de escolha hoje tão comum - naqueles tempos, inédita.
Tive um Walkman preto há uns 20 anos. Gostava de pedalar escutando minhas fitas com gravações dos Beatles, do Led Zeppelin e de Elvis Presley. A capacidade de armazenamento da fita era de apenas uma hora - fitas de 90 minutos não eram recomendáveis, pois embolavam nas engrenagens do aparelho. Todavia, meu velho, vou te dizer: como aquela maquininha me fazia sentir bem! Já com um mp-4 ou celular a mesma felicidade não se repete: ter liberdade de escolha tornou-se corriqueiro demais.

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