domingo, 8 de novembro de 2009

Agora, Falando Sério: Democracia Nos E.E.U.U. Ao Estilo Latino-Bananeiro


Em Honduras, Zelaya decide ignorar uma cláusula pétria da Constituição do país insistindo em permanecer no poder por mais um mandato; na Venezuela, Hugo Chaves faz uso de todos os meios possíveis e impossíveis para ficar na presidência até a próxima encarnação; já por terras bolivianas, Evo Morales não dá sinais de que pretende algum dia largar o osso.
Não há novidades no que afirmamos até aqui. Em se tratando de América Latina, o fascínio pelo poder e pelo status advindo de sua conquista historicamente sempre fez parte do comportamento da politicagem bananeiresca da região.
Surpreendente mesmo é constatar que Michael Bloomberg, prefeito de Nova York e bilionário das comunicações nas horas vagas, parece ter se alimentado das mesmas bananas experimentas por nossos políticos. Prestes a disputar um outrora improvável terceiro mandato, Bloomberg tem chances inconstes de se tornar o primeiro líder do executivo da cidade a permanecer no cargo pela 3ª vez consecutiva.
É fato que seus 2 mandatos anteriores foram marcados por expressivas conquistas para Nova York, inclusive com o aprofundamento da política de segurança da "tolerância zero" iniciada pelo ex-prefeito Rudolph Giuliani e que atualmente leva a cidade a patamares minúsculos de criminalidade. É fato que suas propostas para um 3º mandato são realmente boas - em especial as que tratam de elevar a qualidade do ensino público novaiorquino e reduzir ainda mais a violência da cidade.
Todavia, é fato também que a alternância de poder é pressuposto básico para a qualidade da democracia e a manutenção desse sistema, não importando se em terras latinas ou anglo-saxônicas. Não se questiona aqui as qualidades de Michael Bloomberg como político ou como empresário - sua competência é inquebrantável. A única precoupação que O Homem Do Canadá possui é com relação à saúde do regime democrático. Bloomberg pode estar enveredando pelo perigoso caminho das micro-ditaduras endossadas pelo voto popular e, se isso se tornar uma tendência, poderá influenciar outros segmentos da política norte-americana, ameaçando contaminar os regimes democráticos de outros países, qual uma moléstia a se espalhar indiferente às fronteiras. Aí pode ser só uma questão de tempo até que todo o mundo esteja provando o sabor indigesto de nossas históricas bananas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário