sábado, 23 de julho de 2011
Agora, Falando Sério: No Tempo Em Que a TV Foi Adoidado...
Quem acha que hoje há muito sexo e maledicência na TV brasileira, deveria tê-la assistido no tempo em que as emissoras perderam o bom freio da censura e foram adoidado! Refiro-me especificamente às décadas de 1980 e 1990, período posterior ao Regime Militar, quando o fim da censura representou uma oportunidade para que diferentes mídias começassem a adotar a perda do bom senso como base ética. Qualquer valor de moral e noção de limites deu adeus ao Brasil e as coisas ficaram fora de controle.
Só pra citar alguns exemplos: na década de 1980 algumas escolas de samba apelaram para a nudez explicita em seus desfiles, comerciais da TV faziam a alegria dos pedófilos de plantão (quem não se lembra da propaganda do primeiro sutiã?), uma das novelas (Rede Globo, só pra variar) trazia em sua abertura um sujeito peladão, apresentadoras de programas infantis erotizavam a inocência das crianças (fazendo a alegria dos papais, principalmente por suas microscópicas roupas, além de ninfetas seminuas usadas como ajudantes de palco) e até mesmo a própria Playboy exagerou com a publicação da atriz Luciana Vendraminni (menor de idade na ocasião).
Já na década de 1990, a coisa mudou um pouco: apesar de surgir uma certa noção de autocensura por parte da TV - aliada a uma guinada em certos conceitos por parte da sociedade (principalmente no que diz respeito a garantir a integridade do ser humano na infância e na adolescência) – , tal amadurecimento não impediu que a sensualidade típica de nossas paragens latinas ainda se manifestasse com força nas novelas, nos programas de auditório e até na música - como era o caso de grupos de sambaxé É O Tchan, Gera Samba, As Meninas entre outras dissonâncias.
Houve uma melhora significativa na última década: quem imaginaria a segregação aos fumantes existente hoje há 20 anos atrás, ou mesmo a necessária e bem-vinda Lei Seca que pode vir a tornar o beber-e-dirigir tão ridículo quanto o fumar-dentro-do-cinema? O erotismo exacerbado está cada vez mais limitado a nichos como o funk carioca, o Google Imagens, DVD’s, You Tube e bailes de carnaval, enquanto os direitos da infância, do consumidor, dos idosos, fazem-se cada vez mais presentes. Também já é coisa tão freqüente flagrar meninas de 10 ou 12 anos usando roupinhas sumárias e dançando "na boquinha da garrafa", sob os aplausos idiotas dos pais a assistirem tais cenas degradantes como se fossem de um espetáculo da Broadway. Estamos melhorando, estamos amadurecendo e a TV está aprendendo a ter alguma responsabilidade. Graças a isso, não dá para sentir saudade da alopração geral que tomou conta das mídias brasileiras nas décadas de 1980 e 1990.
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