domingo, 15 de maio de 2011

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer o Mimeógrafo?


Hoje ele figura quase como uma peça de museu. Mas já fez parte da vida de muita gente. Antes da disseminação de copiadoras de baixo custo na década de 1990 e das impressoras multifuncionais caseiras a partir do ano 2000, para se obter várias cópias de um mesmo documento, a mais prática e barata opção era o mimeógrafo.
Patenteado por Thomas Edison em 1887, o mimeógrafo funciona a partir de um original (matriz) confeccionado numa folha de carbex. Semelhante a um papel carbono – com a diferença de funcionar a partir da aplicação de álcool -, o carbex reproduz em quantidade aquilo que nele estiver contido, podendo ser um texto, um desenho ou mesmo cálculos matemáticos, bastando para isso que a pessoa reponha a quantidade de álcool necessária à reprodução. Uma vez esgotada a tintura do carbex, é preciso fazer outra matriz para que novas cópias possam ser produzidas de forma legível.
Atualmente relegado a algumas poucas escolas, o mimeógrafo fez história num passado ainda não tão distante: como esquecer a poesia marginal da década de 1970 ou os panfletos contrários ao Regime Militar rodados por militantes políticos da época e distribuídos na surdina? Todavia, o mimeógrafo dificilmente fará parte da história das novas gerações de estudantes, acostumados às avaliações xerografadas ou mesmo via Internet. Para aqueles que tiveram a oportunidade de fazer provas ou testes mimeografados, restará a lembrança daquele agradável odor de álcool nas avaliações escolares, que perfuma agora as lembranças dos melhores anos de nossas vidas.

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