quinta-feira, 5 de maio de 2011

Agora, Falando Sério: Todo Fundamentalismo é, Fundamentalmente, Nocivo


Em tempos nos quais a morte de Osama Bin Laden ocupa grande espaço nas manchetes dos principais jornais, nos vemos diante de idéias pré-concebidas que buscam associar a religião Islâmica ao terrorismo e, principalmente, ao chamado fundamentalismo. Se incorrermos no erro de tomar como certa tais idéias, então nos caberá um sério exame de consciência pela injustiça que estaremos cometendo junto a grande maioria dos praticantes da fé islâmica, que se mantém mais voltada à prática da religião e que rejeita – e mesmo condena – quaisquer manifestações violentas por parte de grupos radicais, sempre prontos a distorcer a mensagem do Alcorão.
Devemos controlar essa mania de olhar para a casa do vizinho sem notar os defeitos do nosso próprio lar. Isso porque não nos falta toda a sorte de pequenos fundamentalismos que, além das várias religiões, manifestam-se em outros segmentos pertinentes ao cotidiano de nossa sociedade. Seja nas “torcidas organizadas para a baderna” que tumultuam os jogos de futebol, seja na adoração desarvorada a determinadas figuras políticas de pouca credibilidade, seja na perseguição aos fumantes, seja na imposição do politicamente correto ou na manutenção das desigualdades sociais que ainda assolam o Brasil, o nosso “fundamentalismo de todos os dias” se manifesta por meio da imposição, da sedução, do engodo, em diferentes formas e através de meios diversos, reduzindo a liberdade e limitando nossas escolhas.
É claro que não lançamos aviões sobre arranha-céus – ao menos, não ainda. Todavia, independente do contexto e da atitude, nosso telhado de vidro não nos deixa em posição de julgar o fundamentalismo de ninguém - como se não tivéssemos nossos momentos de extremismo irracional – nem tão pouco em condição de considerar como terroristas todos os que professam o Islã. Afinal, não é de bom grado que continuemos a nos comportar como vizinhos hipócritas.

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