sábado, 28 de maio de 2011
Agora, Falando Sério: Mané é Quem Joga Nos Dias De Hoje e Se Acha Muito Craque...
Futebol era assim: pelo prazer de jogar, pela alegria de dar uma firula e humilhar o adversário, pelo regozijo da vitória. Futebol era assim, um trabalho divertido, uma saudável brincadeira, um convite à aventura. Futebol não era só o negócio pelo negócio, o lucro a qualquer custo, salários e contratos incompatíveis à importância social da função. Futebol era tudo isso e Garrincha era o próprio Futebol.
O “Anjo Das Pernas Tortas” como dizia Vinicius de Moraes, defendeu honrosamente a seleção brasileira, fez história com seus dribles que levavam os adversários ao chão, foi um vitorioso nos times que defendeu, em especial o Botafogo. Mas um melancólico final de carreira no início da década de 70 levou Mané Garrincha a um ostracismo do qual só saiu por ocasião de sua morte precoce, em 1983, vítima do alcoolismo – a imprensa lembrou-se de Mané, os companheiros de outrora voltaram a falar sobre ele, alguns familiares passaram a recorrer à Justiça na tentativa de ganhar qualquer trocado com a exploração de sua imagem por parte da mídia para, quem sabe assim, obter alguma herança que Garrincha não deixou.
Quanto à velha questão: “Mané-Pelé, quem era melhor”?, ambos foram os melhores do mundo em suas posições, em suas qualidades enquanto profissionais e, jogando juntos, foram imbatíveis – tanto que a Seleção Brasileira nunca perdeu um jogo tendo à frente a dupla. Por tanto os dois se igualam, não há melhor nem pior e sim um harmônico grupo de atletas que massacrou seus oponentes em duas copas do mundo.
Na voz de Moacir Franco em “Balada nº7”, o refrão “no vídeo-tape do sonho a história acabou” não condiz com a verdade. Mané Garrincha se foi há tempos, mas seu talento está imortalizado nas imagens que ele deixou – uma aula de verdadeiro futebol para os jogadores de hoje, pequenos e insignificantes diante do verdadeiro fenômeno que foi Garrincha.
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