É certo que quase toda uma geração não vai conhecer a liberdade de assistir a um filme no conforto do próprio carro, dentro de um cinema drive in. Com sua tela gigantesca, o cine drive-in nos oferece a possibilidade de comentar o filme sem qualquer culpa, de poder fumar sem ser vítima de perseguição e até namorar ou algo mais no banco de trás do carro. Apesar disso, o cine drive-in é uma modalidade de entretenimento em extinção. Vítima das facilidades oferecidas por DVD’s e salas de shopping’s, pouco a pouco os muitos cinemas drive-in de outrora foram encerrando suas atividades.
Mas nem sempre foi assim. Criado na cidade de Nova Jersey em 1933, o primeiro drive-in agradou tanto que, sete anos depois, já existiam cerca de 1.500 cinemas do gênero espalhados pelos Estados Unidos. No Brasil, especialmente nas décadas de 1970/80, muitas de nossas cidades possuíam seus cinemas drive-in, com regras similares e bem conhecidas: faróis baixos para fazer um pedido à garçonete, pisca alerta para indicar que está com problemas e caixinha de som na janela do automóvel para escutar bem o filme.
Dos cinemas que marcaram época, resta apenas o Cine Drive-In de Brasília: localizado no estacionamento do autódromo, possui projetor de luz xenon e freqüência de som que pode ser sintonizada nos rádios dos carros, dispensando as antigas caixinhas. No Rio de Janeiro, o Cine Drive-in da Lagoa fechou há tempos e o Ilha Auto-Cine Drive-in, na Ilha do Governador, deixou de funcionar em 2007. Trancafiados em nossos lares por nossos medos e fobias, assistimos o agonizar de uma agradável forma de ir ao cinema, enquanto o pisca alerta de nossa sociedade sinaliza que o maior dos problemas não está no formato da arte, mas sim nos comodismos e temores que carregamos em nós mesmos.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
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