É melancólico pensar que nunca estive lá, que meus pés não acariciaram aquela superfície e que meus pulmões nunca saborearam daquele ar. Nostálgico fico pelo tempo que ainda não vivi, pelos espaços que ainda não conheci – ao menos de corpo presente.
Mas no espírito e na mente estou lá, carregando comigo a pele menos salgada e experimentando odores que em nada hão de me lembrar a velha brisa tropical na qual cresci e com a qual aprendi a conviver. As vestes demorarão a secar sob o parco sol, porém as lágrimas baldeadas ao longo dos anos ficarão definitivamente para trás, evaporadas no espaço de um outro tempo.
A sensação que me toma de arroubo é nova, é generosa e chega munida de uma saudável saudade por um lugar que ainda não fui, mas que é capaz de me nutrir com toda a esperança de, um dia, conhecer. Então o corpo, o espírito e a mente estarão plenos, estarão felizes e só nesse momento saberei da inalienável força apaziguadora que se apropria de nós quando temos a certeza de que somos uma parte importante deste mundo.
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