quinta-feira, 16 de junho de 2011

Agora, Falando Sério: A Democrática Ditadura Civil Brasileira


Quem está de fora até acredita que o Brasil é um país democrático, munido de respeito aos direitos e deveres e onde todos são iguais perante a Lei. Quem está de fora não vê os exageros de uma legislação que aprisiona as pessoas de bem com seu extorsivo sistema fiscal, legal e trabalhista e liberta condenados perigosos, concedendo-lhes direitos e benefícios descabidos para que saiam às ruas e possam cometer novos crimes contra estas mesmas pessoas de bem, cidadãos que já tem de suportar o duro fardo de carregar o país nas costas.
Quem está de longe pode até cair na conversa fiada de que a Justiça no Brasil funciona, muito por não saber o quanto às penitenciarias estão abarrotadas de marginais pobres, enquanto nas áreas nobres não faltam bandidos ricos e livres. Do estrangeiro se pensa que os políticos no Brasil representam o povo, quando, na verdade, este mesmo povo se envergonha dos políticos que tem – e, de quebra, ainda é julgado responsável por tê-los eleito, como se as pessoas dispusessem de algum meio para adivinhar a índole daqueles que se candidatam ou mesmo o que farão uma vez empossados.
A democracia no Brasil não passa de um mito cuja conjuntura se mostra uma aberração ridícula e bizarra. Os sinceros e verdadeiros opositores ao Regime Militar que morreram em função de suas escolhas, reviram-se nos túmulos e nas covas rasas diante da picaretagem, canalhice, safadeza e falta de caráter deste levante de calhordas que, eleição após eleição, vem se mantendo nas principais funções públicas e políticas do país – e isso em todas as instâncias, inclusive no Poder Judiciário, cuja imagem há tempos deixou de ser imaculada diante de tantos juristas seduzidos pelos encantos peçonhentos da corrupção e do interesse próprio, tão comuns na tal “democracia” pela qual a imprensa tanto se masturba.
Saudades tenho do ex-presidente Ernesto Geisel que, indagado sobre a transição que pretendiam lhe incumbir de fazer, negou-se com uma prerrogativa quase premonitória: “Não vou entregar meu país aos abutres”. O presidente Figueiredo o fez – e assim o país continua até hoje, cada vez mais desossado e eviscerado pelos carniceiros da ditadura civil em que se transformou.

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