Se tem algo que soa como uma piada sem graça e de muito mau gosto, isso se chama PROUNI (Programa Universidade Para Todos). O próprio nome a ele atribuído mostra-se contraditório em relação ao que ocorre na prática com milhares de estudantes que se frustram, ano após ano, na concorrência por uma das ralas bolsas disponibilizadas através do pífio sistema criado pelo governo federal.
Não bastasse a notória incompetência do MEC em relação à aplicação do ENEM e ao acesso às vagas pelo SISU (que bem poderia se chamar SIFU, dadas as dificuldades impostas aos estudantes interessados nas instituições públicas de ensino superior), o governo federal ainda alardeia a plenos pulmões que o PROUNI democratiza o ensino superior, concedendo oportunidades em instituições privadas de ensino através de seu programa de bolsas.
Pilhéria, bravata, hipocrisia – é isso a que se resume o PROUNI e todo o seu opressor, burocrático e humilhante sistema de seleção. Impondo a necessidade de verdadeiros atestados de miséria aos estudantes que precisam de uma bolsa para a complementação de suas formações acadêmicas, o PROUNI se limita a um enfadonho painel de exigências descabidas e, para muitos, inacessíveis. Afinal, se é para conceder vagas a alunos advindos da rede pública, apenas o histórico escolar e a diplomação do ensino médio deveriam fazer parte das exigências. Invadir a vida financeira e pessoal dos candidatos e imoral, ilegal e escabroso. Para piorar, a tal “educação para todos” limita-se à meia dúzia de vagas pingadas aqui e ali – quando não obriga o estudante a cursar algo que que não queria, apenas por falta de opção. E se o problema é saber se o candidato tem ou não renda que justifique seu ingresso numa universidade via PROUNI, para que servem os milhões de CPF’s e todas as informações contidas nos bancos de dados da Receita Federal?
Em apenas três coisas o risível governo brasileiro se mostra competente: cobrar impostos, servir-se da sociedade ao invés de servi-la e fazer piadas – no caso do PROUNI, infelizmente, a piada não tem a menor graça.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
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