sábado, 21 de novembro de 2009

As Coisas Esquisitas Desta Vida...



Certa é a frase que diz: o mundo dá voltas!
Às vezes, situações estranhas acontecem em nossas vidas e nos surpreendemos diante desse ou daquele fato, como se amigos estivessem nos fazendo uma festa de aniversário surpresa. Uma sensação de espanto nos toma por breves momentos e direcionamos nossa gratidão sem ao certo sabermos para quem ou para onde. N'alguns momentos, apenas ficamos estupefatos diante do que acontece, sem sabermos o quanto não seríamos capazes de prever aquilo.
É como quando desviamos o carro por uma rota alternativa, movidos pela intuição de não tomarmos o rumo comum e, depois, ficamos sabendo que tal acidente aconteceu naquela estrada bem na hora em que estaríamos passando se "alguma coisa" não nos tivesse sugerido uma mudança nos planos. Ou então aquela menininha (ou menininho, no caso de o leitor ser uma mulher) que conhecemos na infância, brincamos e nos divertimos na época e depois de uns 20 anos sem qualquer contato, ao acaso, nos reencontramos na vida adulta e mantemos um relacionamento - quem poderia prever? Poderíamos ter imaginado que algo assim aconteceria? Ou ainda quando temos o aviso de que "tal coisa pode acontecer" e nos preparamos de alguma maneira, seja emocional ou financeiramente e, pouco depois, aquela "coisa realmente acontece". Por fim tem aquele sujeito que dorme nas ruas, pede esmolas e mendiga pratos de comida, recebendo eventualmente alguma ajuda graças à comiseração das pessoas - que não sabem de seu passado, do quanto já passou a perna em boas pessoas ao longo de sua vida, do quanto agredia a ex-mulher e as crianças, de como prejudicou vizinhos e parentes para, agora, estar naquela situação, abandonado por seus próprios erros.
Realmente, o mundo dá muitas voltas e o universo pode ou não conspirar a nosso favor, sempre na medida de nosso merecimento. Porém algo é certo: nossa vida é escrita por nossas decisões e se coisas estranhas e surpreendentes vão além dos nossos planos é por que, de vez em quando, alguém ou alguma coisa passou a limpo o nosso rascunho para nos poupar trabalho e sofrimento.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Seção TV Pra Ti Ver: O Mundo Melhor De Jornada Nas Estrelas


Para a estréia da nova seção de nosso blog, que vai abordar temas atinentes à mídia televisiva (como sugere o próprio nome), muitos poderiam ser os focos dessa postagem inaugural por conta das inúmeras possibilidades existentes no universo televisivo.
Não foi tarefa fácil, mas O Homem Do Canadá decidiu começar pela série Jornada Nas Estrelas, clássico produzido nos EUA no final da década de 60 e cultuado no mundo inteiro por incontáveis fans.
Reunindo um elenco estelar - com nomes do calibre do canadense Willian Shatner (meu conterrâneo!), Leonard Nimoy (o eterno Sr. Spock) e DeForest Kelley (o médico da nave), a série mostrava as aventuras da tripulação da nave estelar Enterprise em sua missão de 5 anos de exploração da galáxia, indo "onde nenhum homem jamais esteve". Foram 3 temporadas entre 1966/1968, suficientes para, nas décadas seguintes, encorajar a Paramount Pictures a produzir filmes para o cinema e spin off's para a TV, como "A Nova Geração", "Voyager" e "Enterprise".
Muito da fascinação em torno de Jornada Nas Estrelas se deve à proposta otimista mostrada pela série em relação ao futuro da humanidade. A conquista do espaço é algo trivial diante do nosso aprimoramento enquanto seres humanos, num futuro em que teríamos conseguido superar o preconceito racial, as diferenças religiosas e ideológicas, além dos entraves econômicos das diferentes nações.
Vale a pena assistir Jornada Nas Estrelas, não apenas pelas aventuras, bons atores e pela nostalgia de ver um programa produzido à moda antiga, com poucos recursos e tecnologias, mas para refletirmos sobre a possibilidade de um futuro bem menos problemático do que aquele que aguarda a humanidade se mantivermos nossos padrões atuais de valores e comportamentos: nesse caso, mundo melhor, só mesmo na ficção.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Seção VIRABREQUIM: Os Pequenos Impopulares!


Falta um carro popular no Brasil. E O Homem Do Canadá faz essa afirmação porque não considera o Fiat Uno ou o Ford Ka 1.0 (ambos na casa dos 22, 23 mil Reais) como sendo populares: estão bem longe do poder aquisitivo da maioria dos brasileiros. Afirmamos isso por acreditarmos que um automóvel popular (no sentido preciso da expressão)não deveria ultrapassar a casa dos 12 ou 13 mil Reais. Mas isso, claro, dependeria de subsídios governamentais, incentivos legais e muita, muita boa vontade das montadoras - sempre mais ávidas por vender seus modelos mais caros.
Nesse cenário tão distante de outros tempos que já se tornam nostálgicos, quando não era tão impossível adquirir um Chevette Júnior, um Escort Hobby, uma Fiat 147 e, claro, o clássico Fusca, as montadoras lançam carros pequenos, com motores de potência modesta, de boa postura ecológica devido ao baixo consumo e adequados à lógica urbana quanto ao problema da carência de espaços, especialmente nos estacionamentos.
É o que ocorre nos casos do Fiat 500 e do Mercedes-Benz Smart: pequenos, notáveis, hábeis e belos, rezam bem na cartilha dos tempos modernos em que velocidade, praticidade e economia tornam-se cada vez mais gêneros de primeira necessidade a quem dirige. Mas pecam nos preços estratosféricos que pressageiam vendas modestas e limitadas a um público caprichoso, que bem poderia adquirir confortáveis sedans com valores inferiores em relação a esses pequenos impopulares.
Nessas condições, aquela proposta urbano-ecológica politicamente correta provavelmente não engrena nem no tranco. Muito por isso, O Homem Do Canadá sente falta de um verdadeiro carro popular no Brasil, pois do modo como está, a ditadura dos sedans continuará prevalecendo enquanto não existirem pequenos, de fato, populares.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Seção SEXO É FODA: Adele Fátima ou Adele Ótima?


Um colírio para os olhos de qualquer homem que esteja vendo algumas de nossas pornochanchadas, seja nas telonas ou nas telinhas (mais informações, vide o Almoxarifado do blog, Seção Sexo É Foda sobre o ator Carlo Mossi)! Pele morena bem ao estilo de nosso país tropical, seios fartos e bumbum generoso num tempo em que essa obra-prima só poderia ser concebida pela mãe natureza - e não pelo silicone - formas esculturais e pernas bem torneadas: assim era Adele Fátima (ou melhor, Adele Ótima).
E ainda é, pois tal beleza não pode ser maculada pelos impiedosos anos que já se passaram. Do samba no pé com o saudoso grupo das mulatas do Sargenteli, passando pelos inesquecíveis reclames das Sardinhas 88, pelos filmes das décadas de 70 e 80 e também por produções da Rede Globo, Adele Fátima continua inesquecível para aqueles que puderam contemplar seu talento e sua beleza.
Filha de um alemão com uma brasileira, viveu uma vida de sucessos, glamour, mas também de momentos difíceis, como a perda de uma filha há alguns anos. Certo é o fato de que deixou sua marca na História da TV e do cinema nacionais - mais ainda na memória daqueles que dela não se esquecem e tão pouco cogitam a possibilidade de esquecer.

domingo, 15 de novembro de 2009

Lógica Matemática


Essa encontrei no livro "Piadas, Contos, Causos & Besteirol", do locutor e humorista Paschoal.

1 Homem inteligente + uma mulher inteligente: dá romance;
1 Homem inteligente + uma mulher burra: dá caso;
1 Homem burro + uma mulher inteligente: dá filho;
1 Homem burro + uma mulher burra: dá casamento;
1 Chefe inteligente + 1 peão inteligente: dá lucro;
1 chefe inteligente + 1 peão burro: dá produção;
1 chefe burro + 1 peão inteligente: dá promoção;
1 chefe burro + 1 peão burro: dá hora extra.

sábado, 14 de novembro de 2009

Espanha, 1982: Fenômeno Mesmo Era Aquela Seleção!


Sabe quando dizem que "era pra ter sido, mas não foi", ou "nadou, nadou e morreu na praia"? Essas frases populares podem bem ser aplicadas à Seleção Brasileira de Futebol da Copa da Espanha de 1982. Com craques do calibre de Sócrates, Júnior, Zico e Falcão, o escrete jogava futebol bonito, de qualidade e talvez tenha sido o único com carisma comparável ao da Seleção que conquistou a Copa de 1970, no México.
Comandada por Telê Santana, a Seleção Canarinho fulminou seus adversários nas etapas iniciais do certame - mas parou diante da Itália de Paulo Rossi, vencida não pelo chamado "carrasco" da Esquadra Azurra, mas pelo próprio nervosismo.Parou e parou cedo demais. Após aquela Copa, nenhuma outra equipe brasileira jogou um futebol tão bonito quanto a Seleção Canarinho, tanto vencedoras quanto perdedoras.
Fenômeno mesmo era aquele time, muito superior às equipes enfadonhas dos torneio de 1974 e 1978, muito mais carismática do que os grupos formados de 1986 até hoje. O canarinho vôou, foi abatido e não venceu. Porém dificilmente seu vôo tão belo e seu canto tão harmônico poderão, algum dia, ser copiados por outros pássaros.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Seção Cult: 1974 - O Disco Censurado de Roberto Carlos - 2ª Parte


Dando continuidade às conjecturas a cerca do álbum de Roberto Carlos lançado em 1974, O Homem Do Canadá apresenta neste post possíveis interpretações de mais algumas das letras contidas neste inquietante clássico do artista.
O PORTÃO
Essa trata do retorno de alguém que, por uma razão não esclarecida ao longo da letra, volta ao lar após longa ausência. Parece ser uma continuação de "Despedida". Li algo sobre a possibilidade de a letra abordar a volta de alguém que precisou ausentar-se do país durante o período de perseguições políticas da Ditadura Militar. Mas a letra, como falei, não torna isso claro - pode estar apenas subentendido. Há ainda a interpretação "bola de cristal": Roberto e Erasmo teriam feito a canção em homenagem àqueles que deixaram forçadamente o país nessa época, uma espécie de "hino de esperança pelo regresso em tempos melhores". Particularmente, O Homem Do Canadá prefere entender a música como continuação de "Despedida".
TERNURA ANTIGA/ VOCÊ
Com duas músicas a menos no repertório planejado para o disco, Roberto e seus produtores precisavam dar um jeito .O Homem Do Canadá não possui fonte segura para comprovar isso - minha suspeita é estritamente pessoal.
Acredito que "Ternura Antiga", de Dolores Duran, seja suspeita em potencial de ter servido como tapa-buraco. A música é linda - Dolores era compositora consagrada - e Roberto deu a ela uma interpretação visceral, cativante. Mas não era comum ao Rei gravar tal estilo musical (era um cantor jovem então, falando a um público jovem), embora ele já houvesse gravado Dorival Caymmi em 1972. Belíssima música, belíssima interpretação, mas que deixa uma pulga atrás da orelha.
No quesito "tapa-buraco", entra também a anêmica "Você". Rica em clichês românticos do tipo que nem Paulo Sérgio usava muito, poderia ter sido composta por um garoto do Ensino Médio: soa piegas demais. Parecia ser aquela música que estava guardada entre os papéis do Rei, aí precisou de alguma coisa e falou: "vamos gravar aquela que a gente não gostou muito, estamos com pressa bicho!" e aí rolou. Num trabalho que congrega pérolas como "É preciso saber viver" ou "O Portão", "Você" nos dá vontade de ouvir a outra "Você", do Tim Maia.
É PRECISO SABER VIVER
A letra da música em si constitui uma mensagem positiva para as pessoas: de que elas são capazes de superar os obstáculos impostos pela vida, desde que estejam preparadas para vencê-los (ou evitá-los). Não há nada demais nisso e a concepção da canção é bem legal. A única postura acintosa está no título: imagine-se em 1974, o país saindo do fiasco do governo Médici, muita gente de oposição aos governos militares da época desaparecendo ou sendo obrigada a viver no exílio. Aí o cabeludo vem e grava uma canção cujo estribilho diz: É PRECISO SABER VIVER...Por que "era preciso saber viver" então? Quem não soubesse viver estaria correndo quais tipos de risco?
De todas as músicas desse álbum clássico, certamente esta é a mais atual (tanto que foi regravada pelos Titans há poucos anos).
Os motivos podem ser outros, mas ainda É PRECISO SABER VIVER.

Na próxima Seção Cult concluiremos a análise deste LP de Roberto Carlos, desta vez abordando as canções correspondentes ao lado B do disco.