Pertencente ao grupo Diários Associados, a TV Tupi foi um grande laboratório para artistas, técnicos, diretores e outros profissionais que migraram do rádio para a emissora. Foi pioneira em muitos dos segmentos televisivos atualmente tão convencionais: a primeira telenovela, o primeiro telejornal e até o primeiro programa humorístico (“Rancho Alegre”, com Mazzaropi) marcaram o estilo audacioso dos primeiros anos da TV Tupi. Seus programas tornaram-se líderes de audiência e durabilidade, tais como Alô Doçura, O Céu é o Limite, Clube dos Artistas (que permaneceu no ar de 1952 a 1980), o saudoso Repórter Esso, além de atrações voltadas ao público infantil como Sítio do Pica-Pau Amarelo e Capitão Aza.
Todavia, apesar de todo o seu pioneirismo, a TV Tupi não sobreviveria nem à forte concorrência que passou a sofrer a partir da década de 1970, nem às trapalhadas financeiras dos Diários Associados. Crises na diretoria (que envolviam até a escolha sobre qual seria a “cabeça do canal”, se o canal 4 de São Paulo ou o canal 6 do Rio de Janeiro), atrasos freqüentes na folha de pagamento, greves, perda de publicidade e até um incêndio em 1978 (que levou à perda dos novos equipamentos adquiridos na época) foram, aos poucos, consumindo a TV Tupi. Em 1980, das 7 emissoras consideradas peremptas pelo governo federal, a última a deixar de transmitir foi a Tupi do Rio de Janeiro, apesar de toda a mobilização de funcionários e artistas, além de apelos ao então presidente da República, João B. Figueiredo.
Em julho de 1980, engenheiros e policiais federais lacraram os equipamentos da Rede Tupi de Televisão e a emissora saiu definitivamente do ar. Porém, tal fato não a renegou ao esquecimento: a TV Tupi terá sempre lugar de destaque na História recente da comunicação no Brasil.
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