Não bastasse a notória incompetência do MEC em relação à aplicação do ENEM e ao acesso às vagas pelo SISU (que bem poderia se chamar SIFU, dadas as dificuldades impostas aos estudantes interessados nas instituições públicas de ensino superior), o governo federal ainda alardeia a plenos pulmões que o PROUNI democratiza o ensino superior, concedendo oportunidades em instituições privadas de ensino através de seu programa de bolsas.
Pilhéria, bravata, hipocrisia – é isso a que se resume o PROUNI e todo o seu opressor, burocrático e humilhante sistema de seleção. Impondo a necessidade de verdadeiros atestados de miséria aos estudantes que precisam de uma bolsa para a complementação de suas formações acadêmicas, o PROUNI se limita a um enfadonho painel de exigências descabidas e, para muitos, inacessíveis. Afinal, se é para conceder vagas a alunos advindos da rede pública, apenas o histórico escolar e a diplomação do ensino médio deveriam fazer parte das exigências. Invadir a vida financeira e pessoal dos candidatos e imoral, ilegal e escabroso. Para piorar, a tal “educação para todos” limita-se à meia dúzia de vagas pingadas aqui e ali – quando não obriga o estudante a cursar algo que que não queria, apenas por falta de opção. E se o problema é saber se o candidato tem ou não renda que justifique seu ingresso numa universidade via PROUNI, para que servem os milhões de CPF’s e todas as informações contidas nos bancos de dados da Receita Federal?
Em apenas três coisas o risível governo brasileiro se mostra competente: cobrar impostos, servir-se da sociedade ao invés de servi-la e fazer piadas – no caso do PROUNI, infelizmente, a piada não tem a menor graça.
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